O dirigente da organização não governamental maltesa Moas (Migrant Offshore Aid Station), Chris Catrambone, anunciou hoje o resgate de um cadáver da criança através da sua conta no Twitter, dando conta de que nunca mais poderia esquecer este domingo de Páscoa, pelo drama a que assistiu.

Hoje foi um dia de muitas operações de resgate em mar de migrantes.

A guarda costeira italiana, que coordena o resgate no Mediterrâneo Central, indicou hoje de manhã que tinham sido resgatados cerca de 4.500 migrantes nas últimas horas, número que se soma aos 2.000 salvos na última sexta-feira.

Os resgates têm sido feitos sobretudo por organizações não governamentais, que já fizeram apelos de ajuda, pois têm os seus próprios barcos sobrecarregados de migrantes resgatados, numa altura em que as condições atmosférias se agravam.

Este fim de semana muitos barcos com migrantes lançaram-se ao mar Mediterrâneo, desde a costa da Líbia, com o objetivo de alcançar a Europa, aproveitando o bom tempo que se fazia sentir.

Na sexta-feira, mais de 2.000 migrantes haviam sido resgatados. Um adolescente foi encontrado morto num dos barcos à deriva.

Muitos migrantes morrem sufocados ou afogados, perante barcos sobrecarregados.

O número de pessoas mortas ou desaparecidas no Mediterrâneo, que partiram da Líbia, chegou a 666, desde o início do ano, contra cerca de 5.000, em 2016, segundo a última contagem da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Este ano, mais de 27.000 pessoas resgatadas do Mediterrâneo chegaram a Itália, um aumento acentuado em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a OIM.