Esta decisão abrange também os dois corréus, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi, detidos na base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, e incluídos no acordo evitou a pena de morte.

“Decidi, dada a importância da decisão de celebrar acordos de condenação antes do julgamento (…), que a responsabilidade de tal decisão devia ser minha”, explicou Lloyd Austin, numa breve nota, divulgada na sexta-feira.

O acordo anunciado na quarta-feira chocou muitos dos familiares das cerca de três mil vítimas dos atentados de 11 de Setembro.

“Com efeitos imediatos, no exercício da minha autoridade, revogo os três acordos de sentença negociados” assinados na quarta-feira, afirmou Austin.

O acordo relativo a Khalid Sheikh Mohammed permitia evitar um julgamento em que podia ser condenado à pena de morte, em troca de uma sentença de prisão perpétua, de acordo com os meios de comunicação social norte-americanos.

Os três homens são acusados de terrorismo e do assassínio de cerca de três mil pessoas nos atentados de 11 de Setembro de 2001, perpetrados pela Al-Qaida, em Nova Iorque e Washington, num dos episódios mais traumáticos da história dos Estados Unidos.

Nunca foram julgados, uma vez que o processo ficou bloqueado pela questão de saber se as torturas a que foram sujeitos nas prisões secretas da CIA (serviços secretos norte-americanos) contaminaram as provas da acusação.

Em março de 2022, os advogados dos detidos confirmaram que estavam a decorrer negociações com vista a um possível acordo de sentença, em vez de serem presentes ao tribunal militar de Guantánamo.

Em particular, os arguidos queriam garantias para continuar em Guantánamo, onde estão detidos desde 2003, em vez de serem transferidos para uma penitenciária federal no continente norte-americano, em regime de isolamento.