O memorando, a que a Associated Press (AP) teve acesso, clarifica os procedimentos atuais e exige uma maior adesão às práticas de longa data que indicam que os telefones sejam deixados em recipientes de armazenamento fora de áreas em que assuntos sensíveis são debatidos.
Ainda assim, o documento deixa claro que os telefones podem ser utilizados em áreas comuns e outros locais no Pentágono se informações confidenciais não estiverem presentes.
Não há uma estimativa para a construção de áreas de armazenamento onde os telefones possam ser colocados para cumprir o previsto no memorando, assinado pelo secretário-adjunto da Defesa, Patrick Shanahan.
Mais de 25.000 pessoas trabalham no Pentágono, como o secretário da Defesa, Jim Mattis, vários diretores, pessoal das cozinhas e da limpeza, com muitos deles a utilizarem os seus telemóveis para emergências familiares e outras necessidades.
Rastreadores de posicionamento (‘como pulseiras fitness’) sem acesso à Internet, tecnologia móvel ou microfones não estão abrangidas pelo memorando, mas serão afetadas numa outra decisão que está a ser desenvolvida.
Os instrumentos médicos com tecnologia móvel devem ser aprovados individualmente.
O memorando cobre “portáteis, ‘tablets’, telemóveis, ‘smartwatches’ e outros dispositivos” portáteis que possam transmitir, sem fios, informação e tenham “uma própria fonte de energia”.
As análises foram lançadas no final de janeiro, quando foi apontado que vários rastreadores de posicionamento e outros dispositivos eletrónicos permitiram identificar o posicionamento de tropas, bases militares e outras áreas sensíveis que podem ser descobertas através de um mapa interativo.
O “Global Heat Map”, da companhia de localização Strava, utiliza informação de satélites para identificar o posicionamento dos subscritores – incluindo militares – do seu serviço de ‘fitness’.
O serviço mostrou atividade entre 2015 e setembro de 2017 em zonas de guerra, como Iraque e Síria, podendo identificar o posicionamento de pessoal militar ou do Governo através das suas ‘pulseiras fitness’.
Várias peças jornalísticas sobre o tema levaram a que o Pentágono ficasse preocupado com a situação e iniciasse análise das políticas de uso de material eletrónico.
Inicialmente, temia-se uma proibição total de telemóveis no edifício, algo que não se veio a verificar.
Estão previstas inspeções aleatórias a áreas confidenciais, com os infratores sujeitos a enfrentarem consequências – como a proibição de acesso ao Pentágono.
As novas regras, com efeito imediato e com um prazo de seis meses para aplicação total, devem levar à instalação de vários depósitos de metal.
Alguns dos membros superiores da hierarquia, com telemóveis cedidos pelo Governo, não são abrangidos.
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