Em declarações à agência Lusa, Paula Bravo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul (STFPSS), adiantou que o agrupamento “atingiu um ponto de rotura” e, por isso, a comunidade educativa decidiu concentrar-se na terça-feira em frente à Escola Básica 2,3 da Costa de Caparica para pedir ao Ministério da Educação um reforço de trabalhadores.

“São 2.041 alunos para muito poucos funcionários. Isto atingiu um ponto de rotura. Os trabalhadores que têm vindo a entrar são poucos e não são suficientes para colmatar as saídas dos últimos anos”, contou.

De acordo com Paula Bravo, devido à falta de pessoal não docente têm estado a ser encerrados serviços das escolas, como as bibliotecas, centros de recursos, reprografias, papelarias e até ginásios.

“A partir das 16:00 não há Educação Física, porque não há funcionários para assegurar o ginásio. Por exemplo, só na escola da Caparica faltam nove funcionários: três saíram para a reforma, três estão de baixa e outros três passaram para o serviço administrativo”, explicou.

No entendimento da dirigente sindical, esta situação, que é transversal às escolas a nível nacional, reflete-se na qualidade dos serviços, prejudicando os alunos e toda a comunidade educativa.

“Os trabalhadores estão numa situação de grande desgaste e cansaço que começa a ter graves consequências na saúde dos trabalhadores, na segurança das crianças e jovens e na qualidade do serviço prestado à população”, disse.

Por isso, os trabalhadores não docentes vão estar em greve na terça-feira entre as 07:00 e as 10:00.

Está também marcada uma concentração às 08:00 de toda a comunidade educativa (trabalhadores, pais e encarregados de educação, jovens) em frente à Escola Básica 2,3 da Costa de Caparica.

Do Agrupamento de Escolas da Caparica fazem parte cinco escolas: Escola Secundário do Monte de Caparica, Escola Básica José Cardoso Pires, EB1/JI Costa da Caparica, EB1/JI de Vila Nova de Caparica e Escola Básica 2,3 da Costa de Caparica.

“Todas estas escolas dependem, pelo menos até 2021, do Ministério da Educação”, disse.

A Lusa não conseguiu contactar a tutela para obter esclarecimentos.