
Durante três anos, entre junho de 2021 e maio de 2024, 107 pessoas receberam 1.200 euros por mês sem a obrigação de trabalhar.
O estudo, o maior realizado sobre o rendimento básico universal (RBU) na Alemanha, constatou que o grupo que recebia os pagamentos não era mais propenso a retirar-se do mercado de trabalho do que o grupo de controlo, formado por 1.580 pessoas que não receberam esse dinheiro.
Além disso, os beneficiários sentem-se mais satisfeitos com a sua vida e têm maior sensação de controlo sobre a mesma, segundo o estudo publicado pelo Instituto Alemão de Investigação Económica (DIW).
Os participantes que receberam o dinheiro dedicaram em média quatro horas a mais a atividades sociais na semana do que os que não receberam, e os investigadores indicaram que isso pode estar relacionado com o dinheiro extra.
"As atividades sociais costumam ser acompanhadas de gastos, seja para ir ao restaurante, comprar bilhetes de cinema ou atividades de lazer conjuntas", apontaram.
As melhorias mantiveram-se durante todo o estudo, segundo os investigadores, mas os participantes que receberam a RBU não mostraram mudanças quanto às suas convicções políticas ou a traços psicológicos, como a disposição a assumir riscos.
"Os participantes do estudo atuaram de forma diferente não porque mudaram a sua personalidade, mas sim porque mudaram as suas possibilidades", afirmou uma das autoras, a psicóloga Susann Fiedler, da Universidade de Economia de Viena.
O rendimento universal, debatido há tempos em diversos países, tem sido considerado mais seriamente como proposta política nos últimos anos perante o temor de que o desenvolvimento da Inteligência Artificial provoque desemprego em massa.
Em 2017 e 2018, um estudo sobre a RBU na Finlândia encontrou efeitos positivos similares no bem-estar.
Comentários