A petição pública lançada na Internet com o objetivo “impedir o abate do cão da raça Rottweiler”, e que pelas 18:20 reunia 8.498 assinaturas, não visa “desconsiderar o ataque feito pelo cão”, mas defende que os donos de animais que não cumprem a lei sejam devidamente punidos como estipulado pela lei”, lê-se no documento.
Na terça-feira, uma criança de quatro anos foi atacada por um cão de raça Rottweiler, em Matosinhos, tendo sido transportada para o Hospital de São João, no Porto, e submetida a uma cirurgia, encontrando-se estável.
Segundo informações prestadas quarta-feira pelo pai à Lusa, a criança está consciente e a mãe, já teve alta hospitalar, mas poderá ter de ser operada. O cão feriu ainda uma terceira pessoa, sem gravidade.
Mais do que abater o cão que atacou a criança, a petição informa que o que é “imprescindível” é que os donos dos animais sejam “responsáveis não só pelo bem-estar do animal”, mas que também sejam “responsáveis no cumprimento do uso de trela em via pública para prevenir eventuais acidentes que ponham em risco outras pessoas (…) ou o próprio animal em questão”.
A petição defende que o cão que atacou a criança seja “entregue ao cuidado de entidades/associações/ pessoas que se comprometam e se disponham a ajudar o animal a reabilitar-se, dando-lhe ajuda técnica positiva e especializada na sua reeducação e no seu comportamento”.
Os donos de animais que não cumprem a lei devem, por outro lado, ser “devidamente punidos como estipulado pela lei”, acrescenta a petição, referindo que qualquer pessoa tem o direito de frequentar espaços públicos sem se sentir incomodada pela presença de animais sem trela ou sem açaime”.
A Lusa tentou contactar, via correio eletrónico, o autor da petição, mas não foi possível até ao momento obter resposta.
A Ordem dos Médicos Veterinários já tinha defendido na quarta-feira uma “maior fiscalização” aos donos de cães de raças potencialmente perigosas, nomeadamente quanto ao uso de açaime e trela em espaços públicos, obrigatório por lei.
“A lei está mais ou menos bem feita. O que falta é a fiscalização. Qualquer lei em relação à qual as pessoas saibam que não há fiscalização, não funciona. Deve haver um maior acompanhamento aos detentores de cães das sete raças potencialmente perigosas”, alertou Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários.
Segundo fonte oficial da Câmara de Matosinhos, o cão vai ficar “de quarentena pelo menos durante 15 dias” no Centro de Recolha Oficial de Matosinhos a ser avaliado pelo veterinário municipal, após o que caberá ao tribunal decidir se o animal será ou não eutanasiado.
Comentários