A petição tem o apoio da associação ambientalista portuguesa Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que em comunicado explica que o documento deverá chegar a um milhão de assinaturas até ao fim de setembro, para que a Comissão Europeia proponha legislação destinada a eliminar progressivamente os pesticidas sintéticos, até 2035.
Ao mesmo tempo os subscritores da moção querem que seja restaurada a biodiversidade e que os agricultores sejam apoiados na fase de transição.
Na base da petição, diz a LPN no comunicado, está a constatação de que as abelhas e outros polinizadores estão atualmente em declínio, pondo em risco a produção de alimentos.
“A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que cerca de 87% das principais cultivares a nível mundial depende de polinizadores para frutificar, como as abelhas e outros insetos, aves e mamíferos”, diz a LPN, alertando que “estes aliados naturais dos agricultores estão em franca regressão por todo o globo”.
Na Europa, diz a LPN, 30% das populações de abelhas e borboletas selvagens estão a diminuir, o mesmo acontecendo com as abelhas geridas (das colmeias), que têm sofrido perdas devido nomeadamente a doenças.
“O declínio de espécies selvagens e geridas está associado à intensificação da agricultura, com o aumento de áreas de monocultura e eliminação de zonas naturais, ao uso excessivo de pesticidas como os neonicotinóides, e às alterações climáticas, que baralham os polinizadores alterando as épocas de floração”, diz a LPN, alertando que a alimentação humana depende da saúde das populações de polinizadores.
Uma das soluções, defende a Liga, passa por reforçar as infraestruturas ecológicas na agricultura, como o estabelecimento de áreas seminaturais que sirvam de habitat aos polinizadores, além de encontrar alternativas aos pesticidas.
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