Amadeu Guerra falava na cerimónia do 79.º aniversário da Polícia Judiciária (PJ), que coincidiu com a inauguração do novo Laboratório Digital Forense da PJ, evento em que participaram o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e o diretor nacional da PJ, Luís Neves, entre outras figuras.

O novo PGR referiu que a PJ passou por "dificuldades graves de falta de recursos técnicos e humanos", mas contrapôs que agora "adquiriu um novo fôlego", considerando que o novo laboratório é um "passo decisivo para permitir ter perícias mais rápidas e investigações mais céleres".

"Por outro lado, espera-se que a integração das pessoas oriundas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) permita dar um salto qualitativo relevante", acrescentou Amadeu Guerra, observando que a PJ tem hoje "outras ferramentas capazes de coadjuvar o Ministério Público (MP) a melhorar a celeridade, eficácia, recolha e análise da prova de forma mais abrangente".

Amadeu Guerra falou ainda das "novas e múltiplas ameaças", desde as crises migratórias ao terrorismo, à corrupção e ao branqueamento, bem como os desafios colocados pela cibercriminalidade, os quais exigem a maior atenção.

O PGR disse ser fundamental criar canais de comunicação entre os órgãos de policia criminal (OPC) e o MP para se alcançar "um melhor andamento dos processos" e das investigações.

Nas relações entre MP e PJ, Amadeu Guerra salientou, entre outros pontos, a importância do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA), em que a "colaboração estreita" é essencial para "assegurar a recuperação de ativos" resultantes da criminalidade.

Cabendo à PJ coadjuvar o MP em inquérito cujas investigações perduram por tempo considerável, o PGR defendeu ser preciso "estabelecer regras que permitam à PJ a realização célere" das diligências que possibilitem ao MP "a emissão de despacho final, com a máxima brevidade".