“Para reduzir 30%, não era preciso tanto tempo, pelo que somos obrigados a concluir que tudo não passou de um artifício para fugir à redução de 2023 e a levar para 2024”, disse hoje, à agência Lusa, o porta-voz do movimento, Luís Garra.
Embora considere que “a redução de 30% é um passo em frente”, e que vem mostrar que a Plataforma “tinha razão em lutar em conjunto com a população, quando outros desistiram”, defende que “a medida necessária, e a que repõe alguma justiça para o interior, é a reposição integral das Scut [vias sem custos para o utilizador]”.
“Esta redução é insuficiente, e é insuficiente face às necessidades das empresas e das populações e à urgência em travar o declínio económico e social do interior”, argumentou o porta-voz da Plataforma.
Luís Garra sublinhou que a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, “prometeu uma redução em 2022, depois em 2023, e tal não aconteceu”, uma promessa reafirmada nas reuniões com o Governo, vincou.
O representante do grupo de entidades que integram a Plataforma adiantou que este movimento vai solicitar reuniões aos partidos com assento parlamentar, para os sensibilizar para as suas propostas, e avisou que será feita pressão para que o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano contemple a abolição das portagens nas antigas Scut.
“Em sede de discussão do Orçamento do Estado para 2024 vamos continuar a exercer pressão para que, na votação final, se possa ir ao encontro desse objetivo”, reforçou Luís Garra, que vai esperar até conhecer em pormenor o diploma aprovado pelo Governo para que a Plataforma possa “tomar uma posição mais desenvolvida”.
O porta-voz do movimento lamentou que não tenha sido feita qualquer referência ao anunciado Plano de Mobilidade para o Interior e considerou que Ana Abrunhosa continua em dívida para com a população da região.
“A senhora ministra da Coesão disse em tempos que se sentia em dívida para com o interior e com esta redução, pelo visto, a senhora ministra gosta de ter dívidas, porque ainda estão por pagar”, enfatizou o representante do grupo.
A ministra da Coesão Territorial referiu, em maio, ter a sensação de estar “sempre em dívida” por ainda não ter conseguido reduzir as portagens, mas salientou que os ministérios envolvidos estavam a trabalhar numa proposta.
Ana Abrunhosa lembrou em 19 de maio ter prometido em campanha a redução das antigas Scut e que essa medida consta no programa do Governo e no OE deste ano.
A governante anunciou hoje uma redução de 30% nas portagens das autoestradas A22 (Via do Infante/Algarve), A23 (Beira Interior), A24 (Interior Norte), A25 (Beiras Litoral e Alta), A4 (Túnel do Marão) e a A13 e A13-1 (Pinhal Interior).
A Plataforma P'la Reposição das Scut nas autoestradas A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda – Associação Empresarial da Beira Baixa, União de Sindicatos de Castelo Branco, Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, Associação Empresarial da Região da Guarda, Comissão de Utentes da A25 e União de Sindicatos da Guarda.
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