"Nós esperamos chegar ao fim com a abolição das portagens, obviamente. Não é fácil, todos sabíamos que não era fácil, mas é a nossa persistência que tem que nos levar a algum lado. Porque também não é fácil as empresas estarem estes anos todos a pagar um imposto suplementar que em outras regiões não existe", afirmou José Gameiro, da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), uma das várias entidades que integram a Plataforma.
Este responsável explicou que atualmente existe uma infraestrutura na região, a A23, que foi construída sem encargos para a região e que se tornou num "fardo pesadíssimo" para as empresas locais.
"Não podemos ficar calados, não vamos ficar calados, sabendo que a decisão final há-de ser política, obviamente. Não está nas nossas mãos, mas temos que continuar. Penso que está a haver um movimento crescente de pessoas e esta mobilização na malha urbana pretende também envolver o máximo de pessoas e é isso que estamos a assistir. O apoio é maior agora", disse.
O presidente da AEBB sublinhou que, em primeiro lugar, é necessário definir qual é o fim.
"E, o fim é a abolição das portagens. E, portanto, até chegar lá, temos um conjunto de lutas a fazer pela positiva. Não estamos a pensar agora em iniciativas radicais. Não é isso que queremos, mas também as sabemos fazer. Queremos um diálogo construtivo e vamos conseguir, tenho a certeza que vamos conseguir", concluiu.
Já Luís Garra, da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), outra estrutura que integra a Plataforma, disse que está e vai ser cumprido um calendário que estipularam para levar o protesto e a exigência da abolição das Scut, através da extinção das portagens, aos núcleos urbanos.
"Já o fizemos na Guarda, na Covilhã, hoje em Castelo Branco e vamos fazê-lo no Fundão. Tal como temos vindo a dizer, esperamos que aquando da votação das propostas de resolução que estão entregues na Assembleia da República os deputados deste país, sejam de que partido forem, entendam que as portagens são um entrave ao desenvolvimento económico e social desta região e que, portanto, devem ser abolidas", sustentou.
O sindicalista adiantou ainda que o Governo deve equacionar rapidamente a possibilidade de essa abolição ser consagrada no Orçamento de Estado para 2019.
"Nós não vamos abrandar a pressão. O Governo bem pode vir com artifícios, a dizer que é 30% para as empresas de transportes de pesados ou para os transportes em geral. Nós, enquanto o princípio da abolição que pode ser através de reduções sucessivas, não for consagrado, não vamos desistir de lutar porque esta Plataforma está unida no objetivo de abolição para todos e não a abolição para apenas a uma parte da população", sublinhou.
A Plataforma de Entendimento para a Reposição das SCUT na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
Comentários