“Este El Niño será mais forte do que vimos no passado”, afirma em entrevista ao PÚBLICO Samantha Burgess, vice-directora do Serviço de Alterações Climáticas do Programa Copérnico (C3S, na sigla em inglês) da União Europeia.
Segundo esta responsável, a partir da análise do histórico do El Nino, é de antecipar anos mais quentes e com mais chuva sob a sua influência, mas sendo o padrão, não é um dado adquirido. Ainda assim, Burgess refere que as previsões são que 2023 tenha um ano verão “mais húmido do que a média no Mediterrâneo, e na Península Ibérica em particular”.
O que não se sabe é que tipo de chuva pode vir a ser causada, não apenas por causa do El Nino, mas sobretudo pela sua atuação num contexto de alterações climáticas. O que significa que tanto podemos contar com dias de precipitação suave como com temporais súbitos. Se a chuva é bem-vinda, nomeadamente com a seca que Portugal atravessa, os temporais são prejudiciais para os solos.
A primeira previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOOA), divulgada em 8 de junho, estima uma probabilidade de 84% de o El Niño ultrapassar o nível moderado no Inverno e de 56% de que seja forte.
O El Niño tem origem no oceano Pacífico oriental, junto à costa do Peru e do Equador. O fenómeno é conhecido há quatro séculos mas com o aquecimento global registado nas últimas décadas ganhou uma importância reforçada.
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