Em declarações à Lusa, fonte da Polícia Municipal do Porto avançou que recebeu hoje uma participação sobre o ato de vandalismo no portão principal de uma casa na Avenida do Brasil, com a expressão em alemão “Arbeit Macht Frei” e que a situação vai ser comunicada ao Ministério Público.
No local, a frase encontra-se pintada a tinta branca num portão preto. Ao lado, também em tinta branca, foi escrito “Operação markes vergonha”, com a data e local de uma manifestação.
Alguns transeuntes paravam a ler a frase e ficavam indignados, como o caso de uma imigrante em Portugal de origem polaca que disse à Lusa encarar o ato como “incompreensível”.
“É algo incompreensível que aconteça e é preciso educar as pessoas sobre o que realmente aconteceu nos campos de concentração. É importante que as pessoas não façam este tipo de atos de vandalismo e que não tenham medo de denunciar estes atos à polícia, para que não se repitam outra vez e porque seis milhões de judeus morreram vítimas do Holocausto”, afirmou a mulher.
O lema “Arbeit Macht Frei” foi usado nos vários campos de concentração nazis durante o Holocausto, tendo-se tornado num “símbolo quer do derradeiro mal que encontrou a sua expressão em Auschwitz quer da memória do Holocausto”, como indicou o Centro de Lembrança do Holocausto Yad Vashem, quando, em 2009, o símbolo com a frase foi roubado de Auschwitz, tendo sido recuperado semanas depois.
“Devemos continuar a trabalhar para educar sobre o Holocausto, para que os símbolos do Holocausto sejam imbuídos de significado, ajudem a construir um futuro melhor e que sirvam de catalisador na luta contra o antissemitismo e o racismo”, escrevia na altura o Yad Vashem.
A Alemanha assinalou hoje o 76.º aniversário da libertação do campo de Buchenwald, onde 56 mil pessoas foram mortas.
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