Os elementos da polícia antimotim, equipados com máscaras de gás e escudos, investiram contra os manifestantes, que começaram a fugir em várias direções, segundo relatou um jornalista da agência noticiosa francesa France Presse (AFP) no local.

A mesma fonte também descreveu momentos de confrontos entre as forças policiais e ativistas perto de um terminal fluvial na ilha principal deste território, uma antiga colónia britânica que é atualmente uma região administrativa da China.

Quase meio milhão de pessoas desfilou hoje nas ruas de Hong Kong contra as emendas na lei da extradição e a exigir um inquérito independente sobre a atuação da polícia.

O número de 430 mil manifestantes foi avançado pela Frente Cívica de Direitos Humanos na aplicação de mensagens instantâneas Telegram, naquela que foi a terceira grande manifestação promovida pelo movimento.

A primeira, a 09 de junho, terá juntado um milhão de pessoas. A segunda, a 16 de junho, dois milhões, números que foram sempre contestados pelas autoridades de Hong Kong, que apontaram sempre para uma adesão mais reduzida.

A contestação nas ruas, iniciada contra um projeto de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição, generalizou-se e denuncia agora o que os manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" no território.

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, admitiu que a lei estava “morta”, sem conseguir convencer os líderes dos protestos.

Apresentadas em fevereiro, as alterações permitiriam ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num "refúgio para criminosos internacionais".

Já os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas", precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.

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