“O Departamento de Polícia de Los Angeles está a desalojar o centro do UCP [Campos de University Park]; se estás dentro do centro do campus, por favor sai; as pessoas que não saírem poderão ser detidas”, disseram os responsáveis da universidade numa mensagem colocada nas redes sociais e citada pela agência espanhola de notícias, a Efe.
Este segundo acampamento tinha sido criado na sequência do desalojamento de um primeiro protesto, a 24 de abril, em que foram detidas mais de 90 pessoas.
A tensão disparou nesta universidade privada quando a reitora da instituição, Carol Folt, decidiu, em meados de abril, cancelar por alegados motivos de segurança o discurso da melhor aluna da universidade na cerimónia de graduação, a muçulmana Asna Tabassum.
Depois, acabou por cancelar toda a cerimónia, que devia realizar-se a 10 de maio com mais de 65 mil participantes no estádio Los Angeles Coliseum, mas recuou e manteve o evento, ainda que com segurança reforçada.
Na semana passada, a reitora disse que “a liberdade de expressão e de reunião não inclui o direito a obstruir o acesso igualitário ao ‘campus’, danificar a propriedade ou fomentar o assédio, a violência ou as ameaças”.
O desalojamento do acampamento de protesto na USC acontece depois de a polícia ter dissolvido, na quinta-feira à noite, o acampamento na Universidade da Califórnia, também em Los Angeles, onde muitos estudantes ofereceram resistência e 200 deles acabaram por ser detidos.
Vários protestos pró-Palestina têm sido feitos em várias universidades norte-americanas públicas e privadas, mas foram desmantelados pela polícia, alegando que promovem o antissemitismo, em operações policiais em que foram detidos mais de 2.500 estudantes norte-americanos.
Os manifestantes protestam contra o apoio dos Estados Unidos à ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza e exigem às universidades que cortem qualquer relação com instituições ligadas a Israel.
No sábado, a polícia retirou as tendas de campanha e deteve cerca de 25 pessoas num protesto na Universidade da Virgínia, na mesma altura em que dezenas de estudantes interromperam a cerimónia de graduação da Universidade do Michigan com gritos a favor da Palestina.
O movimento estudantil contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza que começou há cerca de duas semanas nos ‘campus’ norte-americanos continua a espalhar-se pelo mundo.
Perto de 2.300 jovens já foram detidos nos protestos nos EUA, que fazem lembrar a contestação à guerra do Vietname, no final da década de 1960.
Do Canadá à Austrália, passando pela Europa, estudantes de vários países têm aderido à contestação.
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