A emissora privada búlgara bTV indicou que a polícia desmantelou os acampamentos com dezenas de tendas numa operação simultânea em várias cidades, como Sófia e Varna, sem que se registassem confrontos, mas que foram detidos contestatários.
Segundo fontes policiais, em Sofia foram detidas 12 pessoas, por não cumprirem ordens de abandonar a rua e não terem documentos de identidade. Após identificação foram libertadas.
Em Varna, a segunda cidade do país, a polícia deteve duas pessoas e multou 60 outras, segundo a bTV.
Há um mês que milhares de pessoas se mobilizam todas as noites para exigir a demissão do Governo conservador e nacionalista de Borissov, acusado de corrupção, após quase 10 anos no poder.
Desde 29 de julho, os contestatários bloquearam várias avenidas importantes do centro da capital, reforçando a maior onda de protestos desde 2013 no país mais pobre da União Europeia.
O Ministério do Interior divulgou hoje uma breve declaração, indicando que “o tráfego foi retomado em todos os cruzamentos que tinham sido bloqueados” e que não seriam toleradas novas obstruções ao trânsito.
“A polícia não está a restaurar a ordem pública, mas a ordem corrupta”, declarou aos jornalistas Nikolai Hadjigenov, um dos organizadores dos protestos nas redes sociais.
Hadjigenov prometeu “restabelecer as barreiras, mas desta vez em todo o país” e novas concentrações estão marcadas para hoje à noite.
Na quarta-feira, o chefe do governo de coligação entre conservadores e nacionalistas admitiu a possibilidade de se demitir se isso permitisse que o seu executivo continuasse até às próximas legislativas, em março de 2021, mas a sua maioria renovou-lhe o apoio no dia seguinte.
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