A polícia afirmou que mais de 300 estudantes e polícias foram tratados em hospitais por ferimentos sofridos num protesto que é idêntico a um outro que decorreu no dia anterior.

Os manifestantes protestam pelo facto de o Parlamento ter aprovado uma lei na semana passada para reduzir a ação da autoridade da Comissão de Erradicação da Corrupção, um órgão essencial no combate a este tipo de crime no país.

A polícia disparou gás lacrimogéneo contra manifestantes de várias escolas, enquanto os estudantes tentavam aproximar-se do Parlamento, transformando estradas próximas num campo de batalha cheio de fumo.

Os manifestantes reagiram, atirando pedras e garrafas contra a polícia e incendiando uma paragem de autocarros.

Os confrontos entre manifestantes e polícias também ocorreram noutras cidades, incluindo Padang, Palu, Garut e Bogor.

A polícia de Padang, capital de Sumatra Ocidental, não conseguiu impedir que milhares de estudantes universitários invadissem o prédio do parlamento local. Os manifestantes furiosos quebraram janelas e cadeiras e escreveram insultos contra o Governo nas paredes do prédio.

Os protestos não estão associados a nenhum partido ou grupo em particular e são liderados por estudantes, que historicamente têm sido uma força motriz de mudança política na Indonésia.

As suas manifestações de 1998 desencadearam eventos que levaram o Presidente Suharto a renunciar.

Os estudantes prometeram voltar às ruas até que a nova lei seja revogada.

Na terça-feira, a chefe da polícia de Jacarta, Gatot Eddy Pramono, disse que pelo menos 265 estudantes e 39 polícias foram tratados em vários hospitais da capital do país por ferimentos sofridos durante os protestos.

Funcionários do Hospital Pertamina de Jacarta disseram que 90 estudantes foram tratados por lesões que incluíam ossos partidos, ferimentos na cabeça e problemas respiratórios devido ao gás lacrimogéneo. A maioria recebeu alta hoje, mas três com ferimentos na cabeça permaneceram hospitalizados.

Outro estudante estava a ser operado no Hospital Pelni depois de sofrer um derrame no cérebro e fratura nos ossos do ombro.

As consequências da nova lei ameaçam a credibilidade do Presidente indonésio, Joko Widodo, que recentemente foi eleito para um segundo mandato após fazer campanha por uma governação transparente.

Os manifestantes estão a exigir que a Widodo emita um decreto governamental que substitua a lei, que reduz a autoridade e a independência da Comissão.

A corrupção é endémica na Indonésia e a comissão anticorrupção, uma das poucas instituições efetivas no país de quase 270 milhões de pessoas, está frequentemente sob ataque de legisladores que desejam reduzir os seus poderes.

Centenas de funcionários de vários ramos do Governo foram presos desde que a comissão independente anticorrupção foi criada em 2002, como parte das exigências do povo durante um movimento de reforma após a derrubada de Suharto.

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