Em conversa com a agência Lusa, o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse que desde a década de 90 que a polícia não estava envolta num “clima de tanta instabilidade, injustiça, revolta e desmotivação como agora”, o que levou a marcarem para hoje uma concentração em frente à sede da direção nacional da PSP e junto à residência oficial do primeiro-ministro.
A revolta, a instabilidade e a desmotivação dos polícias atingiu o seu ponto máximo, muito por culpa de o Governo não ter cumprido as promessas que fez no início da legislatura”, acrescentou, dizendo ainda que se está “no bom caminho para acabar com a polícia de segurança pública”.
A ASPP decidiu entregar hoje cartas ao diretor nacional da PSP, superintendente-chefe Luís Farinha, a exigir mais e melhor intervenção e outra em S. Bento (residência oficial do primeiro-ministro) a elencar as promessas não cumpridas.
“Entendemos que a direção da PSP deve ter um papel mais interventivo e mais firme junto do governo. A instituição está de rastos em termos de meios, efetivos, e equipamento que põem em causa o funcionamento da polícia e a segurança dos cidadãos e a direção não se pode ficar por reuniões formais”, alegou.
Paulo Rodrigues lembrou que há esquadras a serem encerradas por falta de pessoal e há um envelhecimento do efetivo.
“A tudo isto juntam-se polícias agredidos quase todos os dias e os suicídios”, frisou.
O sindicalista lamenta que o tema da segurança não conste do “cardápio da campanha eleitoral”, mas avança que, a manter-se este clima, “todos os polícias estão preparados” para elevar o nível da luta.
Nas cartas da ASPP é dito que tem aumentado a insatisfação, a consequente motivação profissional do efetivo e a deterioração do serviço policial.
Também são elencadas uma série de promessas assumidas pelo Governo e não cumpridas, mas que não tiveram “sem grande oposição” da direção da PSP.
O Plano Plurianual de Investimento é uma das que não foi cumprida, o que impede a aquisição e renovação de meios, equipamentos, construção ou renovação de departamentos policiais.
O sindicato reivindica um novo modelo de organização da PSP ajustado à realidade e às necessidades do serviço policial, um programa de apoio psicológico para os polícias, a revisão dos subsídios e suplementos remuneratórios e um efetivo mais jovem, já que os dados indicam que um quarto dos polícias têm atualmente mais de 50 anos.
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