O objetivo, segundo o Politécnico, é desenvolver e divulgar tecnologias para o reposicionamento de fármacos, identificando medicamentos já existentes no mercado que possam ser usados para tratamento do cancro, de forma a descobrir terapias eficazes sem ter de se esperar por longos processos de aprovação de novos fármacos.
Em comunicado enviado às redações, a instituição de ensino esclarece que este é um projeto europeu de reposicionamento de medicamentos (“drug repurposing”) para o tratamento do cancro, no valor de 1,8 milhões de euros. Terá uma abordagem multidisciplinar, envolvendo entidades do sistema científico e tecnológico, empresas, organizações da sociedade civil e organismos públicos, de Portugal, Espanha e França.
Vão participar no projeto a Universidade da Corunha, a Universidade de Santiago de Compostela, o Centre National de la Recherche Scientifique (Bordéus), a MD.USE Innovations S.L. (Corunha), a Sociedade Portuguesa da Saúde Pública e o Cluster Saúde de Galicia.
O projeto tem o nome completo “RePo-SUDOE – Drug Repurposing para o Desenvolvimento Efetivo e Acelerado de Medicamentos no Espaço SUDOE” e vai contar ainda com parceiros associados como o Centro Académico Clínico das Beiras, a Subdireccion General de Farmacia do Servizo Galego de Saúde (Xunta de Galicia) e o Cancéropôle Grand Sud-Ouest (Toulouse).
Hugo Filipe, docente na Escola Superior de Saúde e investigador coordenador no Centro de Potencial e Inovação de Recursos Naturais do IPG, refere que: “Atualmente, o desenvolvimento de novos medicamentos tem elevadas taxas de insucesso, custos e morosidade, o que justifica a emergência do ‘drug repurposing’, uma vez que este permite novas indicações terapêuticas para
medicamentos já disponíveis no mercado”.
Acrescenta ainda que: “Este projeto RePo-SUDOE surge para responder a essa necessidade, tornando este espaço europeu mais competitivo na área de Investigação & Desenvolvimento dedicada ao tratamento do cancro”. Sublinha também que “este projeto irá impulsionar a atividade da indústria biofarmacêutica nas regiões onde as instituições de ensino superior estão sediadas, nomeadamente na Guarda, fixando nelas novos recursos humanos muito qualificados”.
Para o presidente do Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas, o projeto RePo-SUDOE “vai impulsionar o conhecimento científico e difundir a tecnologia para o ‘drug repurposing’ junto de agentes públicos e privados em Portugal, Espanha e França”, colocando o IPG e os seus parceiros a trabalhar na primeira linha da I&D farmacêutica europeia.
“É uma rede transnacional que, através de colaboração multidisciplinar, vai seguramente produzir tratamentos mais eficazes do cancro inovando na utilização que, até agora, é dada a certos medicamentos”, diz Joaquim Brigas.
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