“Há países em todo o planeta que neste momento falam em aumentar as suas capacidades nucleares. E os Estados Unidos não vão observar isso de longe e permitir que tal aconteça sem agir em conformidade”, declarou na CNN Sean Spicer, futuro secretário de imprensa da Casa Branca e porta-voz do próximo presidente.

A mais recente declaração sobre um reforço dos arsenais nucleares por parte de líderes das potências atómicas surgiu na quinta-feira, e pertence a Donald Trump.

O presidente eleito publicou nas redes sociais que os Estados Unidos tem de “expandir e fortalecer em grande medida” o seu arsenal nuclear, “até ao dia em que o mundo ganhe juízo no que diz respeito às [bombas] nucleares”.

As estimativas sobre arsenais nucleares da organização Arms Control Association (relativas a 2016) indicam que a Rússia terá atualmente 7.300 ogivas nucleares, contra as cerca de 7.100 dos Estados Unidos. A França terá 300 ogivas, China 260 e o Reino Unido outras 215.

Os outros países que terão ogivas nucleares – segundo a mesma fonte – são o Paquistão (140), a Índia (110), Israel (80) e a Coreia do Norte (oito).

Ainda na manhã de hoje, uma jornalista da cadeia norte-americana MSNBC, Mika Brzezinski, noticiou que o presidente eleito tinha acabado de lhe dizer, por telefone e sem estar ainda a gravar, que “se fosse preciso” os Estados Unidos fariam “uma corrida ao armamento” nuclear.

“Vamos ultrapassá-los em todas as etapas e vamos sobreviver”, terá dito Trump à margem de uma entrevista com Brzezinski.

Spicer escusou-se a esclarecer os novos comentários de Trump, afirmando que se tratou de uma “conversa privada”.

“Donald Trump fará o que for preciso para proteger o país e se um outro país ou países quiserem ameaçar a nossa segurança, a nossa soberania, ele fará o for necessário”, realçou ainda Spicer.

Questionado sobre se isso quer dizer que Trump admite usar o armamento nuclear, Spicer respondeu: “Não, (isto quer dizer que) ele não descarta qualquer eventualidade”.