“Tornou-se público, e eu também não sabia, que, apesar de a subvenção vitalícia do professor Sousa Lara não estar ativa, houve um momento histórico em que essa subvenção esteve ativa”, afirmou à Lusa André Ventura, acrescentando que, na ótica do partido, a “única hipótese que existiria, neste caso, seria a renúncia definitiva” a essa mesma subvenção caso Sousa Lara pretendesse manter-se em funções.
A notícia da demissão de Sousa Lara foi avançada pelo semanário Expresso.
O também deputado único do Chega na Assembleia da República explicou que, “caso isso não acontecesse”, só era possível “um de dois cenários, a exoneração [do cargo], que seria um ato da direção, ou o pedido de demissão” de Sousa Lara.
“Esse pedido [de demissão] ocorreu ontem [terça-feira]” e a direção do partido aceitou hoje, prosseguiu Ventura, considerando que foi “a melhor solução para o problema”.
De acordo com o dirigente, o Chega “não aceita, nem aceitará ter qualquer dirigente, porta-voz ou membro de qualquer órgão a auferir ou a beneficiar” de subvenções vitalícias, das quais o partido é “totalmente contra”.
O parlamentar do Chega adiantou também que a escolha de um novo porta-voz será “decidida até domingo”.
André Ventura foi questionado, em 18 de dezembro de 2019, pelo líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, sobre o regime de pensão vitalícia de Sousa Lara.
“Quando nós aqui acabámos com o regime de pensões vitalícias que, de facto, eram uma vergonha para o regime democrático, eu queria que me explicasse porque é que o seu porta-voz nacional, um dos beneficiários deste regime de pensão vitalícia, Sousa Lara, [se] foi por essa alteração legal que deixou de receber porque, por ele, continuaria a receber. Considera que isto é uma vergonha senhor deputado?”, questionou o parlamentar bloquista.
Na réplica, o deputado do Chega não respondeu diretamente à questão sobre Sousa Lara, mas assinalou que levou a cabo uma campanha para apelar para desistências no recebimento de subvenções vitalícias.
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