Em comunicado enviado à agência Lusa, a Olivum — Associação de Olivicultores e Lagares do Sul, com sede em Beja, adiantou que a campanha “arranca a 15 de outubro” e, tendo em conta dados do Instituto Nacional de Estatística e do portal Pordata, é esperada “uma produção recorde de 150 mil toneladas de azeite” em Portugal.
No caso do Alentejo, responsável por “85%” do azeite produzido no país, é igualmente esperada uma produção “recorde” na nova campanha, acrescentou à Lusa o diretor executivo da Olivum, Gonçalo Almeida Simões.
A produção de azeite no Alentejo pode chegar “às 20 toneladas por hectare”, disse.
Segundo a Olivum, para esta previsão contribuíram “uma floração que decorreu sem problemas”, a “pluviosidade em quantidade certa” e a “quase ausência de pragas”.
A produção esperada “é uma conjugação concertada do crescimento do setor, da tecnologia de precisão aplicada ao setor e das boas condições edafoclimáticas neste ano”, reforçou Gonçalo Almeida Simões.
O responsável argumentou ainda que o setor “está no ‘top’ dos rankings em termos de sustentabilidade ambiental”, dada a “reduzida utilização de água”, uma “diminuta aplicação de fitofármacos” e um “relevante sequestro de carbono”.
Portugal é atualmente o oitavo maior produtor nacional de azeite em todo o mundo, sendo o olival moderno “responsável por 80% da produção nacional de azeite”.
O país é ainda o primeiro no mundo “em termos de qualidade”, ao produzir “95% de azeite virgem e virgem extra”, à frente dos Estados Unidos da América, Espanha e Itália, acrescentou a associação.
No comunicado, a Olivum lembrou que Portugal “garante desde 2014 a sua autossuficiência em azeite” e que as exportações “têm crescido de forma marcada nos últimos anos”.
Em 2020, as vendas de azeite para o estrangeiro representaram “cerca de 600 milhões”, existindo “a perspetiva de superação deste valor” este ano.
O investimento no setor olivícola em Portugal “permitiu passar de 80 mil toneladas em 2014 para 135 mil toneladas de azeite produzido em 2019”, indicou ainda a associação.
“As empresas a atuar são maioritariamente portuguesas” e conseguiu-se “atrair investimento direto estrangeiro de países como Espanha, Inglaterra, Chile, Arábia Saudita, Suíça ou Dinamarca”, acrescentou.
A Olivum, que diz ser “a maior associação portuguesa” do setor, representa 100 associados, 300 explorações e 14 lagares, num total de 42 mil hectares de exploração agrícola no Alentejo e Ribatejo.
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