“Na semana passada, […] pedi aos Estados-membros para disponibilizarem ajuda imediata para as crianças menores retidas nas ilhas gregas e, felizmente, já tivemos respostas positivas de, por exemplo, França, Portugal, Luxemburgo, Finlândia e Alemanha”, elencou Ursula Von der Leyen, falando em conferência de imprensa, em Bruxelas.

Fazendo um balanço dos seus 100 primeiros dias do mandato à frente do executivo comunitário, a responsável apontou a questão das migrações como um dos seus principais desafios, precisando que, no caso das crianças migrantes que estão desacompanhadas nas ilhas gregas, Portugal e os restantes países “vão intervir nesta situação acutilante e acolher menores desacompanhados para os seus países, para os Estados-membros”.

“Claro que, a longo prazo, será necessária mais ajuda”, vincou Ursula Von der Leyen.

Para a líder da Comissão Europeia, “é urgente atentar na situação das crianças desacompanhadas nas ilhas gregas”.

“Estou muito preocupada com a situação deles porque são os mais vulneráveis. É urgente tirá-los das ilhas e conseguir-lhes um sítio para ficarem”, sublinhou Ursula Von der Leyen.

Já esta madrugada, o governo alemão tinha anunciado que uma coligação de países voluntários da UE planeia acolher até 1.500 crianças migrantes atualmente retidas nas ilhas gregas, uma medida de apoio humanitário.

O anúncio ocorreu no dia em que o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, é esperado em Bruxelas para conversar com autoridades da UE sobre a situação dos migrantes na fronteira turco-grega.

Falando sobre aquela que classificou como “pressão política nas fronteiras externas da UE”, feita pela Turquia, dadas as ameaças feitas por Ancara de um possível incumprimento do acordo celebrado dom Bruxelas, Ursula Von der Leyen sublinhou ser necessário “dar resposta a esta situação acutilante”.

“Encontrar uma solução para esta situação requer que acabemos com essa pressão nas fronteiras externas e que os direitos dos cidadãos em matéria de asilo sejam respeitados”, frisou a responsável.

Além disso, “a Grécia precisa de ajuda”, adiantou Von der Leyen.

Milhares de migrantes tentam atravessar a fronteira entre a Turquia e a Grécia desde que o presidente turco anunciou, no final de fevereiro, que iria deixar de respeitar o acordo de março de 2016 com a UE, no qual se previa a permanência de migrantes na Turquia, em troca de apoio financeiro europeu a Ancara.

Esta situação motivou tensão entre Ancara e Bruxelas, que se deverá apaziguar hoje, com um encontro entre Recep Tayyip Erdogan e Ursula Von der Leyen, em Bruxelas.

Ao todo, dos mais de 42 mil migrantes retidos nas ilhas gregas, cerca de 5.500 são menores desacompanhados.