Portugal é dos principais destinos de emigração para os nacionais da Suíça (4.º lugar), Países Baixos (5.º), Bélgica (6.º), Itália (6.º), Espanha (7.º) e França (8.º), segundo o relatório de 2024 sobre Migração Internacional, no qual a OCDE analisa os dados da imigração de cada país-membro, de acordo com os dados das respetivas autoridades nacionais.
O relatório faz uma análise cruzada das migrações dos 38 países-membros da organização.
Em Portugal, no que diz respeito à população nascida fora do país, além dos países lusófonos, com Brasil e Angola no topo da lista — com 271,3 mil pessoas e 157 mil, respetivamente), destaca-se a França, com 103,3 mil, um país onde existem muitos lusodescendentes.
No que diz respeito às nacionalidades estrangeiras em Portugal, o Brasil segue destacado, com 226,9 mil pessoas, seguindo-se o Reino Unido (44,6 mil) Itália (22,8 mil), Índia (33,6 mil) Cabo verde (32,7 mil) Angola (29,8 mil) e França (27,1 mil).
De acordo com os dados oficiais, Portugal tem 10,8% da população nascida no estrangeiro, em linha com a média da OCDE, que é de 11%.
No que diz respeito à taxa de desemprego, entre os portugueses é de 6,3% (acima da média da OCDE, 5,2%) e entre os estrangeiros é de 8,3% (um ponto percentual acima da OCDE).
Em 2023, o número de primeiros requerentes de asilo aumentou 31%, atingindo cerca de 2.600. Das 440 decisões tomadas em 2023, 71% foram positivas.
Refletindo a situação internacional, países como a Venezuela, Índia, Gâmbia, Afeganistão, Israel ou Argélia que não tinham pedidos de asilo em 2012 ou 2013 passaram a estar entre as 15 nacionalidades que mais requereram este tipo de proteção em 2022.
No que diz respeito à emigração de portugueses para países da OCDE, houve um aumento de 15% em 2022, para 59.000, com cerca de um quinto (19%) a optarem por Espanha, seguindo-se França (17%) e Suíça (16%).
No relatório, a OCDE destaca a criação em 2023 da Agência para a Integração, a Migração e o Asilo (AIMA) e “os esforços para aumentar a digitalização dos processos”, as “alterações às regras do programa de residência por investimento (Golden Visa)”, o novo Plano de Ação para a Migrações, o acordo de mobilidade dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Comunidades portuguesas em França, Luxemburgo e Reino Unido mantêm-se entre as maiores
O fluxo de emigrantes portugueses para França, Luxemburgo e Reino Unido permaneceu elevado nos últimos anos, mantendo os portugueses como uma das principais comunidades estrangeiras nesses países, segundo um relatório hoje publicado.
No relatório de 2024 sobre Migração Internacional, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) analisa os dados das migrações de cada país-membro, de acordo com os dados das respetivas autoridades nacionais.
Em França, entre a população nascida no estrangeiro (8,9 milhões), Portugal é o terceiro (600 mil,7%), apenas atrás da Argélia (16%) e de Marrocos (12%), correspondendo em 2022 ao quinto país com mais entradas.
E se os dados da população estrangeira em França forem analisados por nacionalidade, Portugal subiu ao segundo lugar em 2023, com 550 mil pessoas que mantêm a nacionalidade portuguesa em território francês, apenas atrás da Argélia.
Entre 2014 e 2022, a média de portugueses que escolheram França como destino de emigração oscilou entre os quase 19 mil e os seis mil.
No Luxemburgo, que tem mais de metade da sua população nascida em outro país, Portugal segue destacado no primeiro lugar, com 22% do total de nascidos no estrangeiro (72,4 mil), e mesmo entre os recém-chegados em 2022, os portugueses (12%) só ficaram atrás dos ucranianos, país em guerra devido à invasão pela Rússia.
O número absoluto de imigrantes no Luxemburgo com nacionalidade portuguesa sobe para 92 mil, contabilizando a segunda geração, enquanto Cabo Verde ocupa o sexto lugar nessa lista, com 8,7 mil pessoas.
No que respeita aos pedidos de nacionalidade luxemburguesa, Portugal ficou em segundo lugar, com 1.227 processos, a seguir ao Brasil (3.275) e acima de Cabo Verde (8.º com 186 pedidos).
Nos últimos dez anos, a média anual de portugueses que emigraram para o Grão-Ducado oscilou entre as 3,3 mil e as 3,9 mil pessoas.
Outro país da OCDE em que a presença portuguesa é evidente é a Suíça. Entre os cidadãos residentes no país e que nasceram no estrangeiro, Portugal ocupava o terceiro lugar em 2023 (203,8 mil pessoas), mantendo o mesmo lugar se a contabilidade for focada na nacionalidade (257,8 mil).
No que diz respeito aos pedidos de nacionalidade suíça, Portugal ficou em quinto lugar em 2022, com 2.228 processos, a seguir a países como o Kosovo, Alemanha ou Itália.
Contudo, na Suíça, tem-se assistido a um declínio na chegada anual de portugueses, passando de 18,6 mil em 2012 para 9,6 mil em 2022.
No Reino Unido, Portugal está no 13.º lugar como país de origem de cidadãos britânicos nascidos no estrangeiros (170 mil em 2021), um número que sobe para o sexto lugar na contabilidade por nacionalidade estrangeira (268 mil em 2021).
Na Bélgica, deram entrada em 2022 quase quatro mil portugueses, um valor semelhante a 2012, mantendo-se estável, e Portugal estava em nono lugar em 2023 no 'ranking' das nacionalidades estrangeiras no país (53,3 mil).
Nos Países Baixos, o número de portugueses que escolheram anualmente o país tem aumentado, passando de 2,3 mil em 2014 para 5,7 mil em 2022, e é, atualmente, a 15.ª nacionalidade estrangeira, com 31,2 mil pessoas.
O Canadá é outro dos países da OCDE em que a comunidade portuguesa é relevante, ocupando o 14.º lugar em 2021, com um total de 128,8 mil pessoas nascidas em Portugal.
No país mais pequeno da OCDE, a Islândia, Portugal está em 15.º lugar no ranking da lista residentes nascidos no estrangeiro (cerca de 1.300 em 2023), um lugar que sobe para o 8.º posto se a avaliação for feita por nacionalidade (cerca de 1.700 cidadãos).
Em 2022, Portugal foi mesmo o sétimo país estrangeiro fornecedor de mão-de-obra para a Islândia.
Os Estados Unidos são um dos países-membros da OCDE que é destino tradicional da emigração portuguesa, mas, tendo em conta a sua dimensão, Portugal fica de fora dos 15 primeiros países em cada uma das categorias analisadas pela OCDE.
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