O projeto arrancou hoje, em Salónica, na Grécia e poderá resultar na criação de uma rede europeia de parcerias entre universidades, autoridades locais e outros parceiros sociais que terá como objetivos a “educação intercultural e a aprendizagem não formal multilingue”, explicou à agência Lusa Argyro Moutzidou, investigadora na área da educação não formal.

Em causa está o “fluxo maciço de populações de refugiados para a Europa”, que pôs na ordem do dia “a questão da inclusão” e fenómenos como a “radicalização, a violência e o racismo”, afirmou durante a apresentação do projeto.

A apresentação marcou o arranque da primeira formação para os parceiros envolvidos: a universidade de Tessália (UTH), a Associação Arsis e o município de Tessalónica (a segunda maior cidade da Grécia), a Universidade de Pompeu /Fabra (Espanha) e a ONG portuguesa Conversas Associação Internacional (CAI).

O projeto, denominado ‘SLYMS - Aprendizagem Sociocultural da Juventude nas Sociedades em Mobilidade’, tem por base um estudo realizado entre julho e setembro de 2018 e que concluiu que os sistemas de educação formal são pouco adequados “às necessidades dos grupos desfavorecidos”.

Perante o aumento de “populações migrantes e refugiados”, os mentores do projeto defenderam hoje, numa sessão de trabalho acompanhada pela Lusa, a “inclusão efetiva” dos grupos mais vulneráveis com base em modelos de aceitação da “diversidade cultural e linguística”, explicou Argyro Moutzidou, também da direção da Associação Arsis.

Nesse sentido, as instituições parceiras iniciaram, na Grécia, a formação de entidades dos três países participantes no modelo de aprendizagem sociocultural, que se prevê vir a ser transmitido a “mais de 100 jovens trabalhadores e jovens voluntários” dispostos a testar o conceito.

O projeto, financiado pelo programa europeu Erasmus Mais, inclui ainda a realização de workshops nos três países participantes e duas conferências na Grécia, a primeira das quais decorrerá em abril e juntará, na Universidade da Tessália, especialistas a discutir a inclusão social através da educação informal e não formal.