“Portugal não se pode dar ao luxo de desbaratar um dos seus recursos”, como o património histórico, e “tem a obrigação de o manter”, afirmou o ministro da Economia, que falava aos jornalistas, hoje, em Coimbra, depois de ter visitado o Convento de Santa Clara-a-Nova, que vai ser concessionado a privados, no âmbito de um programa lançado pelo Governo e que envolve 30 edifícios históricos em todo o país para projetos turísticos.

O nosso país “tem também a obrigação”de tornar esse património “sustentável por uma rentabilização” (no caso deste mosteiro em Coimbra através da criação de uma unidade hoteleira), de modo a que, “em vez de ser um custo, possa ser algo que traz mais valor ao país, que ajuda a criar emprego” e a “afirmar Portugal como um destino [turístico] diferente”, sustentou Caldeira Cabral.

“Queremos que o turismo continue a crescer, a crescer com qualidade e que Portugal se possa afirmar internacionalmente também por estes espaços magníficos”, como Santa Clara-a-Nova.

É importante que não só “os turistas possam desfrutar” deste património, mas também os portugueses, disse o governante, sublinhando que o Convento de Santa Clara-a-Nova “está fechado e não pode ser visitado”.

Sobre a concessão deste edifício em Coimbra, que está classificado como monumento nacional e deixou de estar ao serviço do Exército português há uma década, depois de ali ter permanecido durante quase cem anos, o ministro disse que está a ser estudada a respetiva concessão, para depois “se fazer o concurso com o caderno de encargos muito bem definido”, de modo a que resulte num “projeto de valorização do património e de Coimbra”.

Dos 30 edifícios abrangidos pelo programa, denominado Revive, o Convento de São Paulo, em Elvas, é aquele cujo processo está mais adiantado, estando em fase de concurso e “já há interessados em o recuperar e em fazer dele uma unidade hoteleira”, disse o ministro.

Além dos dois conventos em Coimbra e em Elvas, deverão ser concessionados, numa primeira fase, mais dez edifícios, em Vila Nova de Cerveira, Arouca Amarante, Peniche, Caldas da Rainha, Cascais, Oeiras, Lagos, Portalegre e Évora.

Os projetos abrangidos pelo Revive poderão candidatar-se a fundos comunitários e disporão de “linhas de crédito com prazos mais longos e juros bonificados, por terem garantia do Estado, para permitir que investimentos que terão um período de retorno mais longo sejam sustentáveis”, disse Caldeira Cabral.

“Queremos que haja ganho para as populações, para o país, para o património, mas também que os privados que investem nestes projetos tenham sucesso”, concluiu o ministro.