"A decisão não depende do Governo, mas sim de Bruxelas, mas temos boas perspetivas para que exista alguma revisão do organismo científico, porque das campanhas científicas que fizemos no nosso mar chegou-se à conclusão que houve alguma recuperação do stock da sardinha em relação ao ano passado", disse aos jornalistas Ana Paula Vitorino, considerando que a quota atual autorizada, 14 mil toneladas, pode ser aumentada.
Para a governante, "não se justifica que a quota seja inferior à do ano passado", pelo que há a esperança de que, na reunião de 10 e 20 de junho, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM - ICES) possa ter em conta a posição de Portugal.
A ministra do Mar falava à margem das comemorações do Dia do Pescador, em Peniche, onde participou num seminário sobre a fileira socioeconómica da pesca.
Nesse encontro, Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco alertou que, com as capturas feitas desde maio são favoráveis, o setor receia "poder esgotar a quota em agosto", a manter-se a quota das 14 mil toneladas para este ano.
Como as duas campanhas de investigação "evidenciaram uma melhoria significativa da biomassa", aquele representante defendeu que há condições para aumentar a quota para as 19 mil toneladas, igual à de 2015.
Alexandre Silva, coordenador do Sindicato dos Pescadores, pediu ajuda do Governo para a necessidade de haver compensações para os pescadores durante o período de defeso da pesca da sardinha e de paragem das embarcações e a contagem desse tempo de paragem para efeitos da Segurança Social.
Outra das preocupações passa pela necessidade de ser regulamentado um salário fixo para os pescadores. O Governo respondeu que está a rever o Fundo Social da Pesca também com essa finalidade.
O governo reforçou as verbas para as investigações científicas oceanográficas, de avaliação do estado do recurso da sardinha, tendo sido feitas duas campanhas, umas que terminou em dezembro e outra ficou concluída em abril.
Comentários