“Dizemos — todos temos dito — que estamos disponíveis para adiar o momento da saída sob condição de a renegociação fazer sentido e a renegociação só faz sentido se o Reino Unido mudar as suas condições de partida”, afirmou o governante.

Falando aos jornalistas em Bucareste, na Roménia, à entrada para uma reunião informal com outros homólogos da União Europeia (UE), Augusto Santos Silva assinalou que, “se isso não acontecer, […] resta aguardar que as autoridades britânicas apresentem as tais disposições alternativas para, finalmente, se poder discutir uma proposta britânica”.

Na passada terça-feira à noite, o parlamento britânico aprovou uma proposta do deputado Graham Brady que preconiza a substituição do ‘backstop’ inscrito no acordo de saída do Reino Unido do bloco comunitário por “disposições alternativas” que evitem o regresso de uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.

Apesar de considerar esta uma proposta “muitíssimo positiva”, Augusto Santos Silva questionou “quais são essas disposições alternativas”.

“É uma coisa que, à hora em que falo, ninguém conhece e, portanto, nós esperamos que as autoridades britânicas tão cedo quanto possível venham apresentar a proposta com as tais disposições alternativas”, acrescentou o governante.

Para Portugal, o ideal seria a continuação do Reino Unido na UE, mas não sendo possível “a preferência número dois” é que exista uma “relação futura o mais próxima possível”.

“Portanto, se o Reino Unido entender que deve mudar as suas linhas vermelhas para chegar a um acordo de saída, não haverá nenhum obstáculo do ponto de vista português”, notou o ministro.

Por seu lado, “se o Reino Unido entender — como o meu colega britânico hoje de manhã mais uma vez sugeriu — que talvez seja necessário pedir o adiamento do ‘Brexit’ para renegociar, da parte portuguesa, Portugal dará o acordo a esse adiamento”, notou.

Isto “se o Reino Unido apresentar novas propostas, se mover das linhas vermelhas que até aqui apresentou”, ressalvou.

O Reino Unido deveria deixar a União Europeia em março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016, que viu 52% dos britânicos votarem a favor do ‘Brexit’.

Porém, o processo está com um futuro incerto.

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