João Gomes Cravinho assistiu, no Algarve, à inauguração do complexo dos Banhos Islâmicos de Loulé e da casa senhorial dos Barretos, no centro histórico da cidade algarvia, e salientou a importância do passado para aprofundar as relações entre os dois países, na presença do embaixador de Marrocos em Portugal, Othmane Bahnini.
“Estamos a apontar para a realização de uma cimeira entre Portugal e Marrocos ainda este ano e esse [a ligação marítima] será um dos grandes temas”, afirmou o governante aos jornalistas no final da inauguração, sublinhando que ainda há “um conjunto de fatores que têm de ser tidos em conta” para o projeto avançar.
Entre esses fatores, identificou o governante, estão “a criação de uma fronteira marítima” que “precisa de ser trabalhada com o Ministério da Administração Interna” ou “as ligações”, que “normalmente são asseguradas por agentes privados e também precisam de ser envolvidos na discussão”.
“Mas estamos de acordo, os Governos de Portugal e Marrocos, quanto à desejabilidade, e pensamos que nos próximos meses teremos capacidade de montar e de juntar todos os elementos para criar esta travessia marítima entre Portugal e Marrocos”, acrescentou.
A mesma fonte reconheceu que este projeto “é uma prioridade com certeza”, mas sublinhou que “não é única”, porque o relacionamento entre os dois países “é rico e variado”, admitiu que Portimão tem sido uma localidade falada para a instalação desta ligação marítima com Marrocos, mas salientou que “há várias possibilidades e quanto a isso os operadores privados têm também de dar a sua opinião.”
Sobre a inauguração dos Banhos Islâmicos de Loulé, João Gomes Cravinho disse ter “uma importância tremenda, porque o passado é prologo para o presente e para o futuro”, porque o edifício demonstra “a intensidade da interação” que Portugal tem “no plano internacional”.
“Aquilo que nós somos hoje como portugueses, aquilo que é a nossa identidade, é composta por uma interação ao longo dos séculos com outros povos, e essa é uma base excelente para o nosso relacionamento contemporâneo e para o futuro com outros países, e nomeadamente com Marrocos”, afirmou.
João Gomes Cravinho considerou que Marrocos “é uma parte intrínseca” da “identidade portuguesa”, tal como Portugal é “uma parte intrínseca da identidade marroquina”, e frisou que “basta olhar para o enorme número de vestígios da presença portuguesa ao longo da costa marroquina para ver isso”.
“Enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, valorizo muito esta inauguração dos Banhos Islâmicos em Loulé, e quero felicitar por isso o presidente da câmara, que compreendeu a importância e a relevância de múltiplas maneiras deste momento, quer seja no plano cultural, no plano turísticos, mas também no plano do nosso relacionamento externo”, enalteceu o governante.
O ministro adiantou ainda que Portugal e Marrocos estão a trabalhar para a “criação de um acordo de permanência e estadia de marroquinos em Portugal” que permita “criar mecanismos legais, legítimos, que facilitem a vinda para Portugal de marroquinos” e “facilitem também no sentido inverso” a ida de portugueses para Marrocos.
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