“No respeito escrupuloso pela soberania de Angola”, disse apenas o chefe da diplomacia portuguesa, quando questionado pelos jornalistas sobre de que modo está o Governo a acompanhar as exonerações em empresas públicas angolanas.
O ministro falava à entrada para a audição parlamentar das comissões de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, e dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, no âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado de 2018.
João Lourenço completou hoje o seu 50.º dia como Presidente da República de Angola, retirando a liderança da Sonangol e a gestão do canal público de televisão aos filhos do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos.
Depois da "razia" de exonerações nas administrações de empresas públicas e outros organismos do Estado que herdou do anterior Presidente, que esteve no cargo 38 anos, até 26 de setembro, João Lourenço exonerou hoje Isabel dos Santos de presidente do conselho de administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Também hoje, 50 dias após a posse como terceiro Presidente da República, João Lourenço, general na reserva, de 62 anos, mandou cessar o contrato com a empresa Semba Comunicação tem como sócios os irmãos Welwitshea 'Tchizé' e José Paulino dos Santos 'Coreon Du', outros dois filhos de José Eduardo dos Santos, para gestão do canal 2 da Televisão Pública de Angola (TPA).
O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), que gere ativos do Estado de 5.000 milhões de dólares, liderado por José Filomeno dos Santos, outro dos filhos do ex-chefe de Estado, é para já o único a escapar às exonerações decididas por João Lourenço.
No sábado, aproveitando as comemorações do 42.º aniversário da independência angolana, João Lourenço alertou para os "inúmeros obstáculos no caminho" deste mandato, mas garantiu que as metas que assumiu, desde logo no combate à corrupção, são para encarar "com a devida seriedade e responsabilidade".
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