Claudia Patatas foi considerada culpada pelo tribunal de Birmingham, em 12 de novembro, de pertencer a uma organização neonazi proscrita pelo Governo britânico em 2016. No âmbito da lei sobre o terrorismo de 2000 [Terrorism Act], membros ou apoiantes de uma organização terrorista proibida por lei podem incorrer numa pena de até 10 anos de prisão, mas a sentença só hoje será anunciada pelo juiz.
A 12 de novembro, um júri considerou provadas as acusações de que Claudia Patatas, bem como o companheiro, Adam Thomas, de 22 anos, e um amigo, Daniel Bogunovic, de 27 anos, pertenciam ao grupo de extrema-direita National Action.
Thomas foi também considerado culpado por ter na sua posse um documento com conteúdo terrorista que poderia ser útil a alguém que quisesse cometer um ato terrorista, confirmou fonte do tribunal à agência Lusa.
Os três foram acusados no início de janeiro, depois de terem sido detidos no âmbito de uma operação policial que também incluiu Nathan Pryke, de 27 anos, Darren Fletcher, 28, e Joel Wilmore, 24, os quais declararam-se culpados antes do julgamento.
A acusação, a cargo do ministério público britânico Crown Prosecution Service e representado por Barnaby Jameson, descreveu os envolvidos como uma "pequena célula de fanáticos" que advogava uma "jihad branca" e cujas opiniões e ações iam "para além do insulto racial ocasional".
Entre as provas, o procurador referiu o facto de Patatas e Thomas terem dado ao filho, agora com um ano de idade, o segundo nome de 'Adolf' por admirarem Hitler, e mostrou fotografias da portuguesa com o filho recém-nascido nos braços, ao lado de Thomas enquanto este segurava uma bandeira com a suástica, símbolo do partido nazi alemão.
A acusação apresentou também fotografias de Thomas com vestes iguais ao do grupo supremacista norte-americano Ku Klux Klan (KKK) enquanto segurava o filho.
Na casa do casal, incluindo debaixo da cama, foram encontradas diversas armas, e outros objetos, como almofadas com suásticas e uma forma corta massa de bolo em formato de suástica.
Patatas, Thomas e Bogunovic foram considerados culpados de continuarem a reunir-se e a partilhar os mesmos princípios do National Action mesmo depois de este grupo ter sido tornado ilegal, mudando apenas o nome.
Como provas, apresentou registos de conversas feitas através de aplicações de mensagens encriptadas nesse sentido e de ações, como a distribuição de autocolantes.
National Action foi proscrita por ser considerada "uma organização racista, antisemita e homofóbica que suscita o ódio, glorifica a violência e promove uma ideologia vil" devido ao material que disseminava na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a atos de terrorismo.
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