A iniciativa, no ano em que se assinala o combate ao desperdício alimentar, surgiu de uma empresa portuguesa e é destinada a portugueses e espanhóis. Tem também como objetivo sensibilizar os consumidores para a questão dos prazos de validade dos produtos, porque “consumir até” não é o mesmo que “consumir de preferência antes de”, dizem os responsáveis.
O supermercado, em www.goodafter.com, vende os produtos através da sua página na internet e garante a entrega (via correios) em menos de 24 horas. E os produtos são fornecidos pelos próprios fabricantes, como explicou à Lusa uma das fundadoras responsáveis pelo supermercado online, a gestora Chantal de Gispert.
O supermercado está repleto de “marcas conhecidas”, porque “precisamos que o consumidor acredite na ideia”, e não vendemos frescos e pretendemos ter tudo, mas sim “oportunidades que vão surgindo”, produtos alimentares ou não, em fim de linha, obsoletos ou descontinuados, acrescentou.
O objetivo é facultar uma nova vida a todos os produtos que já não têm lugar nos seus canais habituais e cujo destino seria muito possivelmente o lixo, explica a empresa, que tem a plataforma logística em Vila do Conde, norte de Portugal, e tem a aprovação da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e é do conhecimento da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
“Nascemos com três ideias, a pensar numa nova vida de produtos moribundos: poupança das famílias, combate ao desperdício, alimentar e não só, e educar sobre os prazos. Porque deitar fora comida é pecado”, diz Chantal de Gispert.
A responsável garante que o supermercado online terá cada vez mais produtos e admite que no futuro possam existir mesmo espaços físicos, explicando que a ideia já há muito tempo foi posta em prática em países do norte da Europa e com sucesso.
Uma coisa é certa, assegura, nenhum produto à venda estará impróprio para consumir, ainda que possa ter passado o prazo “de preferência”, e os preços são muito mais baixos. Porque, diz, não se comercializarão produtos fora de prazo, mas sim produtos que podem estar fora da data de consumo preferencial.
Numa volta pelo supermercado encontram-se por exemplo gel de limpeza com 40% de desconto, bolachas e sumos ou champôs a metade do preço, frutos secos ou alimentos para animais 70% mais baratos.
“Fala-se muito de economia circular e faz todo o sentido. O que não faz sentido é deitar fora produtos que podem ter um ciclo económico”, refere a responsável.
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