O dispositivo é semelhante ao do ano passado e conta ainda com oito moto4 e três motos de água, segundo as informações reveladas pelo diretor do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), Rui Santos Pereira, numa conferência de imprensa sobre a época balnear de 2022.
As viaturas, sejam os 29 todo-o-terreno, do projeto “Seawatch”, sejam as motos, do projeto “Praia Saudável”, são operacionalizadas por duplas de militares da Marinha, 76 no total, “todos com curso de nadador-salvador, operadores de viaturas todo-o-terreno” e “curso de desfibrilhador automático externo”, explicou Santos Pereira.
As viaturas do projeto “Seawatch”, que existe desde 2011, estão todas equipadas com Desfibrilhador Automático Externo.
Aos 76 militares que diariamente assegurarão, até 30 de setembro, a vigilância motorizada das praias, juntam-se outros 30 que farão vigilância a pé (26 até 15 de julho e 30 entre 15 de julho e 30 de setembro).
Após 30 de setembro, o dispositivo diminuirá, mas mantêm-se meios no terreno, no âmbito da época balnear de 2022, até ao final de outubro.
Dentro do programa “Praia Saudável”, que existe desde 2005, voltarão a ser feitas este ano campanhas de sensibilização nas praias, depois de terem estado suspensas em 2020 e 2021 por causa da pandemia de covid-19, afirmou Santos Pereira.
Este verão, o ISN conta ter cerca de 5.500 nadadores-salvadores certificados (estão 4.800 neste momento), um número “ligeiramente abaixo” ao dos últimos dois anos.
O diretor do ISN explicou que por causa da pandemia de covid-19 foram canceladas as formações e certificações de nadadores-salvadores e foram prorrogadas certificações que iriam caducar e que isso explica que o número de este ano seja inferior.
Ainda assim, o número esperado de nadadores-salvadores para este ano só foi alcançado porque foram prorrogadas até 31 de outubro todas as certificações que iriam caducar entre 01 de janeiro e 30 de outubro.
“No entanto, este número está de acordo com o número que tínhamos nas épocas pré-pandemia”, sublinhou Santos Pereira.
O diretor do ISN disse que o número é suficiente para responder às necessidades das praias que têm obrigatoriamente de estar vigiadas, mas acrescentou que “não se pode garantir” que “todos esses nadadores salvadores estão disponíveis para trabalhar”.
A certificação tem validade de três anos e “muitos fizeram a sua certificação e entretanto seguiram as suas vidas, mudaram de profissão” e não se sabe “se estão disponíveis para trabalhar”, afirmou, dizendo que há todos os anos algumas dificuldades na contratação de nadadores salvadores no início da época balnear por muitos deles serem estudantes e estarem ainda em época de exames.
“No entanto, não tenho conhecimento de nenhuma concessão de nenhuma praia que não tenha aberto por falta de nadador salvador, portanto, acaba por se resolver”, afirmou, dizendo que está a ser trabalhada uma proposta de alteração legislativa, para ser apresentada ao Governo, para tentar fixar os nadadores-salvadores na profissão.
Em relação ao dispositivo para época balnear, Santos Pereira afirmou que “os resultados até agora têm sido bastante positivos” e os meios são os adequados.
O diretor geral da Autoridade Marítima, o vice-almirante João Dores Aresta, também presente na conferência de imprensa, acrescentou que o “dispositivo tem alguma flexibilidade” e que “esta Marinha é uma Marinha holística”, que está “disponível a reforçar o dispositivo à medida que vá sendo necessário”.
Os meios para a época balnear de 2022 são reforçados a partir de quarta-feira, mas estão já no terreno desde 07 de abril.
Este ano, no âmbito dos projetos “Seawacth” e “Praia Saudável”, foram já feitos nove salvamentos, 32 ações de primeiros socorros e uma busca de criança, tendo sido registadas duas mortes, numa praia sem vigilância, segundo os dados hoje divulgados na conferência de imprensa.
No ano passado, houve 44 salvamentos, 310 ações de primeiros socorros e 19 buscas de crianças desaparecidas.
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