"Ao atribuir-lhe o Prémio Pessoa 2019, o júri consagra uma carreira de excecional projeção dentro e fora do país, mas também reconhece um contributo notável para o desenvolvimento do campo das Artes Performativas portuguesas”, afirmou hoje o presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, citando a ata da reunião dos jurados deste ano.
Tiago Rodrigues é o 33.º Prémio Pessoa e o segundo mais novo de sempre, depois da investigadora Maria Manuel Mota, Prémio Pessoa de 2013. O júri recorda que Tiago Rodrigues “começou por se destacar no panorama artístico português quando foi cofundador do projeto Mundo Perfeito, com o qual apresentou mais de trinta produções, quer em Portugal, quer em alguns dos mais importantes festivais e temporadas na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos”.
“Empenhado num constante diálogo entre o Teatro e as demais linguagens artísticas, colaborou com o coreógrafo Rui Horta e com os cineastas Tiago Guedes, João Canijo, Bruno de Almeida e Marco Martins e foi autor do guião da série televisiva ‘Noite Sangrenta’”, lê-se na ata, entretanto distribuída à comunicação social.
Considera o júri que, em 2014, com a nomeação para o cargo de diretor do Teatro Nacional D. Maria II, “lançou um ambicioso projeto de internacionalização daquela instituição, à qual imprimiu um novo dinamismo desde logo reconhecido pela crítica e pelo público”.
“É de sublinhar, em particular, o papel que, sob a sua orientação, o Teatro Nacional tem vindo a desempenhar na articulação com os projetos teatrais independentes e com a circulação de produções por todo o país”, destacou o júri.
Lembrando que Tiago Rodrigues “é hoje uma presença regular nos principais palcos europeus”, o júri destaca também “uma intensa atividade pedagógica, quer em centros de formação internacionais […] quer em escolas portuguesas”, bem como “uma forte dimensão comunitária” da sua intervenção, “estando, nomeadamente, associado a projetos de natureza social envolvendo jovens e seniores”.
O Prémio Pessoa junta-se agora aos “numerosos prémios e distinções nacionais e internacionais” que tem recebido, destacando o júri “o Prémio Europa de Teatro de 2018, a atribuição do grau de Chevalier des Arts et Lettres pela República Francesa, ou o prémio da Associação Profissional da crítica francesa para a melhor peça do ano”.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".
O júri deste ano foi composto por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, com Francisco Pinto Balsemão a presidir e Emílio Rui Vilar enquanto vice-presidente.
Lista das personalidades distinguidas com o Prémio Pessoa, desde a sua criação, em 1987:
2019 - Tiago Rodrigues (ator e encenador).
2018 - Miguel Bastos Araújo (geógrafo).
2017 - Manuel Aires Mateus (arquiteto).
2016 - Frederico Lourenço (filólogo, escritor, tradutor).
2015 - Rui Chafes (escultor).
2014 - Henrique Leitão (historiador de ciência).
2013 – Maria Manuel Mota (investigadora).
2012 – Richard Zenith (investigador).
2011 – Eduardo Lourenço (ensaísta).
2010 – Maria do Carmo Fonseca (investigadora).
2009 – Manuel Clemente (cardeal-patriarca de Lisboa).
2008 - João Luís Carrilho da Graça (arquiteto).
2007 – Irene Flunser Pimentel (historiadora).
2006 – António Câmara (investigador).
2005 – Luís Miguel Cintra (ator, encenador).
2004 – Mário Cláudio (escritor).
2003 - José Joaquim Gomes Canotilho (constitucionalista).
2002 - Manuel Sobrinho Simões (investigador).
2001 - João Bénard da Costa (historiador de cinema).
2000 - Emmanuel Nunes (compositor).
1999 - Manuel Alegre (escritor) e José Manuel Rodrigues (fotógrafo).
1998 - Eduardo Souto de Moura (arquiteto).
1997 - José Cardoso Pires (escritor).
1996 - João Lobo Antunes (investigador, neurocirurgião).
1995 - Vasco Graça Moura (escritor e tradutor).
1994 - Herberto Helder (poeta).
1993 - Fernando Gil (ensaísta).
1992 - António e Hanna Damásio (investigadores).
1991 - Cláudio Torres (arqueólogo).
1990 - Menez - Maria Inês da Silva Carmona Ribeiro da Fonseca (artista plástica).
1989 - Maria João Pires (pianista).
1988 - António Ramos Rosa (poeta).
1987 - José Mattoso (historiador).
(Notícia atualizada às 12h58)
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