“Respeitamos esta instituição (o Parlamento Europeu), mas ninguém nos pode obrigar a ter respeito por uma tal decisão”, reagiu o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

O prémio Sakharov 2021 de defesa da liberdade de pensamento foi atribuído na quarta-feira ao opositor russo para saudar a sua luta “incansável” pela democracia e contra a corrupção no seu país.

Após ter sobrevivido em 2020 a um envenenamento pelo qual acusa o Kremlin, Navalny foi detido no início de 2021 e depois condenado a mais de dois anos de prisão, pena que cumpre no campo prisional de Pokrov.

Censurado pelos media oficiais, Alexei Navalny construiu uma reputação ‘online’, com vídeos sobre investigações acerca da corrupção das elites e de Vladimir Putin, o seu “cavalo de batalha”.

O Presidente russo não refere o seu nome e considera o seu detrator número um como um “criminoso” ao serviço dos seus rivais geopolíticos ocidentais.

Vários responsáveis russos são alvo de sanções europeias e norte-americanas por recusarem investigar o envenenamento de Navalny.

Laboratórios europeus identificaram um agente neurotóxico do tipo Novichok, substância química desenvolvida na época soviética e que os serviços secretos russos já foram acusados de utilizar para tentar eliminar os seus alvos.

Lançado em 1988, o prémio Sakharov, no valor de 50.000 euros, recompensa anualmente pessoas ou organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Para alguns galardoados antecedeu o prémio Nobel da Paz, como no caso do ginecologista congolês Denis Mukwegw, da ativista yazidi Nadia Murad e de Nelson Mandela, o primeiro vencedor do Sakharov.

Um dos laureados com o Nobel da Paz este ano, o jornalista russo Dmitri Muratov, chefe de redação do jornal Novaia Gazeta, um dos últimos media abertamente críticos do poder na Rússia, afirmou que teria atribuído o prémio a Alexei Navalny.

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