Segundo o candidato apoiado pelo PCP, “devem ser criados mecanismos de acompanhamento e monitorização no terreno”, envolvendo as populações e os autarcas da zona afetada pelo grande incêndio de 15 de outubro de 2017, bem como as organizações empenhadas no processo.
“Temos de olhar para o futuro, perspetivando a recuperação desta mata nacional de gestão pública”, afirmou, durante uma visita ao também denominado Pinhal do Rei, com uma área superior a 11 mil hectares e que se estende por território do litoral nas freguesias da Marinha Grande e da Vieira, naquele município do distrito de Leiria.
Junto ao posto de vigia do Ponto Novo, construído pelos antigos Serviços Florestais, em 1937, João Ferreira, que estava acompanhado de Isabel Freitas e Ângelo Alves, presidente da Junta de Freguesia da Marinha Grande (CDU) e coordenador regional do PCP de Leiria, respetivamente, conversou com autarcas, militantes e ativistas da causa da recuperação do Pinhal de Leiria.
Na sua opinião, o problema deste património florestal “não é uma tragédia de apenas um dia de má memória”, quando foi consumido pelas chamas, em 15 de outubro de 2017.
“Esta tragédia é indissociável do abandono, que começou antes e prolongou-se” para além daquela data, disse João Ferreira, ao alertar que “a falta de ordenamento tem reflexos a muitos níveis” e que a omissão do Estado e as intervenções erradas, neste como noutros casos, abrem também caminho à erosão do solo e ao avanço das espécies invasoras.
O candidato à Presidência da República frisou que “a tragédia continua com o acentuado abandono” e na falta de “um controlo atempado das espécies infestantes” e de limpeza das linhas de água, por exemplo.
“Impõe-se interromper este caminho”, preconizou, enquanto lamentava “o enfraquecimento das estruturas do Estado com responsabilidades nesta área”, desde logo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), já que “continua à vista a escassez de meios humanos” e a falta de investimento.
A recuperação do Pinhal de Leiria “é uma incumbência do Estado que não tem sido assumida como tal”, sublinhou.
João Ferreira disse que o Presidente da República, por ter jurado cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, “tem de trazer a público” este e outros problemas do ambiente e da defesa do património florestal público.
Para o candidato, “o Presidente da República tem de ser consequente” nestes assuntos e “tem um poder muito importante, que é pedir a fiscalização da constitucionalidade por omissão de cumprimento” da Constituição.
O programa da visita de João Ferreira à Marinha Grande incluiu a participação numa sessão pública, no auditório do Edifício da Resinagem, subordinada ao tema “Defender os recursos naturais e as florestas nacionais”.
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