O Conselho Nacional do CDS está hoje reunido através de videoconferência, para decidir a posição do partido nas próximas presidenciais e, na sua intervenção inicial, disponibilizada por escrito aos jornalistas, o líder defendeu que o partido "deverá voltar a ter um candidato em 2020, apoiando a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa", que anunciou esta semana ser candidato.
"A história ensina-nos que um Presidente da nossa área política ou é eleito à primeira volta, também ao centro, ou não consegue ganhar eleições. O CDS deve ter como objetivo fazer com que Marcelo, o único candidato da nossa área política, possa concentrar o máximo número de votos", apela.
Francisco Rodrigues dos Santos defende que o atual Presidente da República "é o melhor para unir: não apenas no nosso espaço político, mas para unir todo o país". E a sua candidatura "é a única" em que o "interesse nacional está claramente acima de qualquer interesse partidário, seja de sobrevivência ou mesmo de afirmação".
Para o centrista, Marcelo Rebelo de Sousa "é o único candidato que está para além dos partidos e que deles verdadeiramente não precisa".
"No atual cenário político de várias candidaturas à direita, assumir uma posição de equidistância entre elas é um erro grave – o CDS apoiou a primeira candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, em 2015, que uniu todo o espaço político não socialista – aceitar a divisão desse espaço é enfraquecê-lo", sustenta, assinalando que, "para o eleitorado do CDS não pode ser indiferente apoiar a recandidatura" do atual Presidente "ou votar nos candidatos de afirmação dos novos partidos, contra o interesse estratégico da direita".
Considerando que "o centro-direita e a direita têm de construir uma alternativa política à esquerda" e antecipando o "declínio do ciclo do PS, o presidente do CDS salienta igualmente que o partido "tem todo o interesse em que exista um Presidente da República com uma votação suficientemente clara que lhe permita ter a força necessária para arbitrar o sistema político, evitando a provocação artificial de eleições para benefício eleitoral exclusivo da esquerda e eventuais tentativas de 'venezuelização' do regime".
Na sua ótica, Marcelo Rebelo de Sousa "é o político mais bem preparado para o assegurar", destacando que "é uma pessoa informada, excecionalmente inteligente, e que, tendo uma flexibilidade tática nas questões fundamentais que para ele são relevantes, é não só uma pessoa previsível como uma pessoa confiável".
"É um Presidente que acredita na democracia liberal, nos valores do humanismo personalista, nos valores cristãos e ocidentais que nos distinguem enquanto nação antiga, livre e soberana", é "um homem da Aliança Democrática", e constitui "uma garantia de estabilidade, tão necessária nos tempos de grave crise económica, social e de saúde pública que atravessamos".
Num balanço do mandato do atual chefe de Estado, Rodrigues dos Santos defendeu que "é o verdadeiro pilar moral e afetivo da nação".
"Quando o Estado e o Governo socialista falharam totalmente na tragédia de Pedrógão, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou esquecer as suas vítimas, as famílias, os danos patrimoniais irrecuperáveis, obrigando o Governo a prestar contas e a substituir a titular da pasta da administração interna", sustentou, destacando também a sua iniciativa de declarar o estado de emergência, devido à pandemia de covid-19 e o facto de ter vetado no primeiro mandato "quase tantos diplomas como Cavaco Silva em dois", alguns dos quais "aplaudidos pelo CDS".
O presidente do CDS realça ainda que o facto de Marcelo ser "um seguidor da doutrina social da Igreja" reflete-se"na profunda ligação que tem com o povo, em particular com os mais desfavorecidos".
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