O atual presidente da República não apresentou a sua recandidatura à Presidência. No entanto, a sondagem da Aximage para o JN e a TSF mostra Marcelo Rebelo de Sousa com uma projeção de 62,7%, o que lhe dá de novo o lugar no Palácio de Belém.

Com uma diferença de menos 45 pontos percentuais está a candidata Ana Gomes, com 17,2%. Em terceiro lugar aparece o candidato da extrema direita André Ventura, que arrecada 7,6%.

O Jornal de Notícias refere que, no caso desta sondagem, Marcelo conta com o apoio dos eleitores socialistas: dois terços (66%) anunciam que lhe entregarão o voto em janeiro de 2021.

Nesta altura, a eurodeputada socialista consegue captar pouco mais de um quinto (22%) dos que votam no PS.

Marcelo tem um apoio transversal, mas destacam-se as áreas metropolitanas (em particular a de Lisboa), os eleitores com menos rendimentos, as mulheres (mais 13 pontos percentuais que os homens) e ainda a faixa etária mais jovem (18/34 anos).

Com a possibilidade de reivindicar votos à Esquerda, há dois casos em que Ana Gomes fica à frente de Marcelo: entre os eleitores da CDU e do PAN. O JN escreve ainda que a ex-eurodeputada socialista atrai mais eleitores do BE do que Marisa Matias - o que ajuda a explicar a projeção da eurodeputada bloquista (4,6%).

Marisa Matias está a três pontos de André Ventura, que é o candidato mais eficaz a reter os votos do partido de origem, depois de Marcelo: cerca de 75% dos eleitores do Chega vão votar no seu líder, segundo a sondagem. O candidato André Ventura apresenta uma elevada taxa de rejeição (63%), ou seja, a percentagem de eleitores que "nunca" votaria num determinado candidato, o que lhe limita o crescimento. São os eleitores mais velhos (65 ou mais anos) os que mais rejeitam o líder do Chega.

O candidato comunista João Ferreira apresenta uma votação residual, 1,6% - já que não convence os eleitores da CDU (pouco mais de um terço está disposto a entregar-lhe o voto, nesta altura).

O liberal Tiago Mayan acumula 1,5%, só chegando a metade dos que votam no Iniciativa Liberal. Por sua vez, Tino de Rans (Vitorino Silva) não passa, até ao momento, de "ruído estatístico", diz o jornal.

Com três meses até chegar às eleições, há tempo para conquistar eleitores. Há pelo menos três candidatos que podem ganhar os boletins dos votantes, como expressa a taxa de voto potencial, ou seja, a percentagem de portugueses que não dá, mas admite dar o seu apoio a um determinado candidato

Marisa Matias destaca-se nesta vertente: 32% dos eleitores que escolhem outro candidato indicam que "poderiam votar" na bloquista. Quanto a Ana Gomes, o número seria de 30% dos inquiridos.