Centenas de manifestantes reuniram-se hoje em Joanesburgo para exigir uma ação governamental mais forte contra os crescentes níveis de violência de género no país. Alguns membros do partido no Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) estão a pedir ao Governo que declare estado de emergência.
A polícia divulgou esta quinta-feira estatísticas anuais sobre crimes, que revelam que abusos sexuais e violações aumentaram 4,6% e 3,9%, respetivamente, no ano passado.
Mulheres de todo o país têm partilhado experiências de violência e receios nas redes sociais e média locais.
Estes acontecimentos surgem depois de vários dias de protestos na Cidade do Cabo, na semana passada, após uma série de assassínios de jovens, mulheres e crianças.
Nas últimas semanas, relatos de assassínios de jovens mulheres – incluindo de uma rapariga de 14 anos – encheram as manchetes da imprensa sul-africana.
Em 24 de agosto, uma estudante da Universidade da Cidade do Cabo, Uyinene Mrweyanda, de 19 anos, foi, alegadamente, violada e agredida até à morte por um trabalhador do serviço postal.
Poucos dias depois, em 30 de agosto, a campeã de boxe sul-africana Leighandre “Baby Lee” Jegels, de 25 anos, foi assassinada a tiro pelo namorado, um agente da polícia.
As mortes e a violência levaram mulheres de todo o país a partilharem as suas experiências e receios de serem as próximas vítimas da violência por parte de homens, recorrendo às redes sociais através da ‘hashtag’ “#AmINext” (“serei a próxima”).
A África do Sul é um dos países mais violentos do mundo para as mulheres, registando a quarta maior taxa de mortes por “violência interpessoal”, de acordo com o portal de verificação de factos Africa Check.
O mesmo ‘site’ refere que uma mulher é assassinada a cada três horas na África do Sul.
No ano passado, a África do Sul registou um aumento de 6,9% no número de homicídios, com uma média de 57 por dia.
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