“O padrão de Angola de conduta irregular e a sua prática de renegar os compromissos para com os investidores e empresas estrangeiros levantam sérias dúvidas sobre se o Governo de Donald Trump e as instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, devem continuar a usar o dinheiro dos contribuintes para subsidiar a cleptocracia angolana”, escreve Scott Mortman no site informativo Real Clear Politics.
Para Mortman, que tem um diferendo judicial com as autoridades norte-americanas devido à alegada expropriação ilegal de terrenos por parte de membros do Governo angolano, é o presidente de uma empresa que faz investimentos imobiliários a preço controlado em vários países africanos, entre os quais Angola e Namíbia.
"Deve ser dado tempo ao Presidente [angolano, João] Lourenço, mas depois de um ano e meio na Presidência ele já devia estar mais perto de atingir os objetivos anticorrupção e pró-transparência", escreve o empresário e advogado, que critica a libertação de Jean-Claude de Bastos de Morais por dar a ideia de uma fuga autorizada na sequência da recuperação de parte do dinheiro canalizado para o Fundo Soberano.
"O Presidente Lourenço ainda tem de cumprir as suas promessas de reformas, e o tempo pode estar a esgotar-se; os investidores e as empresa estrangeiras querem ver progressos, não apenas pronunciamentos públicos, antes de ignorarem décadas de corrupção e má gestão pelo Governo angolano", conclui o empresário.
O empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, que se encontrava em prisão preventiva, em Luanda, desde 24 de setembro de 2018, foi libertado a 22 de março.
Jean-Claude Bastos de Morais, sócio de José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, estava em prisão preventiva no âmbito da investigação à gestão do Fundo Soberano de Angola.
José Filomeno dos Santos, que tinha sido detido no mesmo dia, foi libertado dois dias depois.
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