A 15 de agosto deste ano, no Dia da Assunção de Nossa Senhora, também conhecido por Dia de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira, no Largo da Fonte, na freguesia da Fonte, naquele que é o maior arraial da região, a queda de um carvalho de grande porte com 200 anos, provocou 13 mortos e 49 feridos.
De acordo com o Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM) permanecem ainda internadas duas pessoas, um homem e uma mulher.
Oito das vítimas mortais são do sexo feminino e cinco do masculino, sendo uma criança de 1 ano e as restantes com idades entre os 28 e 59 anos. Uma mulher francesa e outra húngara figuram entre os mortos.
O deputado independente (ex-PND), Gil Canha, apresentou um requerimento na Assembleia Legislativa da Madeira a 06 de setembro, para ouvir o atual presidente do município do Funchal, iniciativa que foi aprovada com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e PS e abstenção do JPP e do PCP-PEV.
“Foi aprovado por maioria, com a ressalva de todos – exceto do proponente - que a audição seja realizada após as eleições autárquicas”, que se realizam a 01 de outubro, declarou o presidente da comissão no final do encontro, Marco Gonçalves (PSD).
Durante a reunião da comissão, os deputados do Juntos Pelo Povo (JPP), Patrícia Vasconcelos, do PS, Sofia Canha, do CDS-PP, e Mário Pereira, defenderam que, além do presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, deveriam ser ouvidas “outras entidades com responsabilidade na matéria, incluindo o atual presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que foi chefe do executivo camarário anterior.
Os representantes dos diferentes partidos concordaram que Paulo Cafôfo deveria ser ouvido apenas após as eleições para evitar o “aproveitamento político” desta tragédia.
Esta posição mereceu a discordância do deputado proponente, Gil Canha, o qual considerou que o argumento “não cola”, alegando que “foi um evento que teve grandes repercussões não só a nível regional, nacional, mas até europeu e a população tem que ser esclarecida, porque também houve muita cortina de fumo, muita desinformação à volta deste assunto”.
“Não posso permitir, pela minha atividade política e cívica ao longo destes anos, que se esconda um assunto desta magnitude só porque há eleições, este ou aquele é candidato, porque, na minha opinião, acho que as 13 vítimas merecem respeito”, opinou.
No seu entender, é “legitimo que seja o presidente da câmara, que é o principal responsável pelo espaço”.
Por seu turno, o deputado do PSD João Paulo Marques salientou que o partido aprovou este requerimento porque “está comprometido com a verdade e o apuramento de responsabilidades”, salientando ser “importante separar aquelas que são as judiciais das políticas”.
“Se o senhor presidente da Câmara do Funchal não está disponível para esclarecer de livre vontade e publicamente a sua responsabilidade e do seu executivo no que se passou naquele dia no Monte, então é dever desta assembleia permitir que esse esclarecimento aconteça e trazer o presidente da câmara Assembleia Legislativa da Madeira”, referiu.
Ainda vincou que “os madeirenses esperam dos seus líderes nas horas difíceis é que assumam as responsabilidades e não que se multipliquem em desculpas e justificações”.
O deputado adiantou que continuam sem respostas questões simples como “quem é que organiza o arraial do Monte, quem é que ganhou dinheiro com a emissão de licenças para o arraial, quem é que era responsável pela manutenção daquele espaço”, às quais “o presidente da câmara se recusa responder”.
Contudo, João Paulo Marques sublinhou que “o PSD considera, para que não existam confusões para aquele que tem que ser o apuramento da verdade e das responsabilidades políticas, que esta audição parlamentar terá de ocorrer após as eleições autárquicas”.
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