“Se vier a assumir ser chairman do grupo Global Media, eu sou empresário, a CIP é uma organização privada [...], a Global Media é uma atividade privada, não é pública e por isso não há qualquer conflito de interesses, não vou assumir qualquer cargo público estando numa atividade privada”, sublinhou António Saraiva.

O líder da CIP respondia aos jornalistas numa conferência de imprensa sobre as propostas da confederação para o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), onde foi questionado sobre uma notícia do Eco segundo a qual António Saraiva será o novo 'chairman' da Global Media, na sequência da nova estrutura acionista.

António Saraiva não confirmou, no entanto, se já tinha aceitado a liderança não executiva do grupo de media, remetendo declarações para mais tarde: "No tempo e no momento certo terei todo o gosto em responder, se até lá aquilo que está pensado em termos de restruturação do grupo quer em termos do seu modelo se concretizar”, disse.

A Global Media chegou a acordo com o grupo Bel, do empresário Marco Galinha, para a sua entrada como acionista da empresa, de acordo com nota interna a que Lusa teve hoje acesso.

"Os acionistas da Global Media e o grupo Bel chegaram a acordo para a entrada deste na estrutura acionista da empresa", lê-se na nota.

"Esta parceria, que será formalizada após a conclusão dos devidos procedimentos, visa o relançamento estratégico de um dos principais grupos de referência da comunicação social em Portugal, num momento desafiante para o sector e para o país", refere a Global Media, dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF, entre outros títulos, sendo ainda acionista da Lusa.

A Global Media Group (GMG) tem como acionistas a KNJ Global Holdings Limited, com 35,25%, José Pedro Carvalho Reis Soeiro, com 24,5%, Olivemedia, Unipessoal, Lda, com 19,25%, o Novo Banco, com 10,5%, e a Grandes Notícias, igualmente com 10,5%.

A administração da GMG é presidida por José Pedro Soeiro, que assumiu o cargo, com o fim do mandato de Proença de Carvalho, até à eleição do novo Conselho de Administração.

O grupo Bel, que apresentou uma proposta de compra da Media Capital em abril, foi fundado em 2001 por Marco Galinha e tem atividades em vários setores, entre os quais máquinas de 'vending' (máquinas de venda automática) e aeronáutica, e entrou nos media em 2018, através do Jornal Económico.

Há dois anos, além de se tornar acionista da Megafin, detentora do Jornal Económico, com 10%, torna-se, através do grupo Bel, acionista de referência das entidades Active Space Tecnhologies, Active Space Automation e Active Aerogels Lda, dedicadas a áreas de negócio como o espaço e a indústria, é referido no 'site'.

No ano passado, adquiriu Metalúrgica Luso-Italiana, dedicada ao sector da indústria e detentora da marca Zenite, "e consolida a sua posição na área da distribuição com a aquisição da empresa Augusto Duarte Reis".

Marco Galinha foi conselheiro no CES – Conselho Económico Social (2016-2019), vogal na CIP – Confederação Empresarial de Portugal (2016-2019) e vice-presidente da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários (2016-2019).

Em 2016, o empresário foi um dos 'tubarões' do programa da SIC "Shark Tank".