“Espero que, segundo o procedimento estabelecido, a legitimação [do novo acordo pelo Congresso] seja aprovada durante a próxima semana. Esse será o dia D”, disse Santos no discurso pronunciado no Teatro Colón, em Bogotá, onde assinou o acordo com o chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Rodrigo Londoño, aliás “Timochenko”.

O chefe de Estado acrescentou que, “em 150 dias, em apenas 150, todas as armas das FARC estarão nas mãos das Nações Unidas”, pelo que “as FARC, como grupo armado, terão deixado de existir”, precisou.

Na cerimónia de assinatura, Santos indicou que “os mortos, os desaparecidos, os feridos, as vítimas e suas famílias sofreram este terrível confronto”, que levaram o país a ficar “preso a este labirinto de violência”.

Apesar do “elevado e doloroso custo do conflito” entre as partes, “hoje assinámos, aqui neste cenário histórico, perante o país e o mundo, um novo acordo de paz com as FARC. Em definitivo, o acordo do Teatro Colón”, assegurou.

Para a concretização desta iniciativa, o chefe de Estado informou que convocará todos os partidos políticos para que ajudem na concretização do acordo definitivo.

“Convocarei todos os partidos, todos os setores da sociedade para que participem, contribuam, e consigamos assim um grande acordo nacional para a implementação da paz”, disse.

O líder das FARC sublinhou por sua vez que nada deve ficar fora do acordo de paz, que “implicou debates profundos com todas as vozes da sociedade. Apenas pomos fim à guerra para confrontar civilizadamente as contradições”.

O ex-chefe guerrilheiro declarou que o povo da Colômbia está “farto de violência” e “intolerância”, assim como de “estigmas e promessas”, pelo que “exige mudanças profundas”.

Nesse sentido, pediu que “a palavra seja a única arma dos colombianos” e reiterou que o novo acordo de paz que substituiu o assinado em 26 de setembro e rejeitado no plebiscito de 2 de outubro inclua as exigências dos que votaram “não” nessa consulta.

“Para alcançar a assinatura deste acordo definitivo os colombianos viveram mais de sete décadas de violência, meio século de guerra aberta, 33 anos de processos de diálogos, um conjunto de conversações [de paz] em Havana, o desencanto de 2 de outubro passado e o mais histórico esforço para conseguir o consenso maioritário da nação”, acrescentou.

“Timochenko” também pediu que o acordo de paz seja aplicado com rapidez e disse que, na sua opinião, “a primeira exigência nacional é que se ponha fim ao uso das armas na política”, mas que também “seja garantido o direito à divergência, a fazer oposição”.

“Reclamamos a sua implementação rápida e eficaz, para iniciar a construção da convivência democrática, a paz e a justiça social no nosso país”, sugeriu.

A rápida cerimónia de hoje revelou-se muito mais modesta que a ocorrida em setembro, quando os dois homens assinaram um anterior acordo em Cartagena das Índias (norte) perante uma audiência de líderes estrangeiros e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O novo acordo inclui 50 alterações destinadas a mitigar as críticas dos opositores a esta iniciativa, liderados pelo ainda poderoso ex-presidente Álvaro Uribe. Entre as novas medidas, inclui-se a proibição de magistrados estrangeiros julgarem os crimes atribuídos às FARC ou ao governo colombiano, ou um compromisso da guerrilha para a indemnização das suas vítimas.

No entanto, as FARC não aceitaram a principal exigência da oposição, que pedia penas de prisão para os líderes rebeldes acusados de crimes e estritas limitações na sua futura participação na vida política.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.