“Estou ansiosa por dar as boas-vindas ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, amanhã [quarta-feira] à noite”, escreveu Ursula von der Leyen na sua conta oficial da rede social Twitter.
Na ocasião, “continuaremos a nossa discussão sobre o Acordo de Parceria”, adiantou a responsável na curta mensagem.
A publicação foi feita terça-feira, um dia depois de, num contacto telefónico entre Von der Leyen e Johnson, ambas as partes se terem comprometido a um encontro presencial em Bruxelas para tentar desbloquear o impasse, dado não existirem para já condições para conclusão de um acordo pós-‘Brexit.
“Como acordado no sábado, fizemos um balanço das negociações em curso. Acordámos que as condições para a conclusão de um acordo não existem devido às diferenças significativas que subsistem sobre três questões críticas: igualdade de condições, governação e pescas”, frisaram os dois responsáveis numa declaração conjunta divulgada à imprensa na segunda-feira à noite.
Por essa razão, “pedimos aos nossos negociadores principais e às suas equipas que preparassem uma visão geral das diferenças remanescentes para serem discutidas numa reunião física a realizar em Bruxelas nos próximos dias”, anunciaram Ursula von der Leyen e Boris Johnson.
Este encontro presencial surge a menos de quatro semanas do final do ano e do chamado período de transição e numa altura em que não há ainda entendimento nas três matérias que têm sido as da discórdia ao longo dos últimos meses (igualdade de acesso aos mercados, governação e pescas).
Segundo algumas fontes diplomáticas, o negociador-chefe da UE para a futura relação com o Reino Unido, Michel Barnier, apontou quarta-feira como data limite para um entendimento, informação que não foi confirmada oficialmente.
Certo é que o tempo é cada vez mais escasso para as partes chegarem a um acordo, que possa ser ratificado de modo a entrar em vigor em 1 de janeiro de 2021.
UE e Reino Unido tentam num derradeiro ‘sprint’ chegar a acordo sobre as relações futuras, já que a partir de 01 de janeiro de 2021 – data que coincide com o arranque da presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano –, o Reino Unido, que abandonou o bloco europeu em janeiro de 2020, deixa de gozar do chamado período de transição, mantendo o acesso dos britânicos ao mercado único.
Na ausência de um acordo (‘no deal’), as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.
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