“Desde o início, foi […] assumido por mim, e aceite pela tutela, que o meu compromisso nesta missão contemplava apenas um mandato e, concluído o trabalho a que me propus, solicitei a antecipação do fim desse mandato em três meses”, lê-se numa mensagem dirigida aos funcionários da CP, a que agência Lusa teve acesso.
“Depois de expor pessoalmente a minha vontade e razões ao senhor ministro, obtive o seu acordo para antecipação da minha saída”, acrescenta o ainda presidente.
Apesar da saída antecipada de Nuno Freitas, com efeitos a 01 de outubro, o Conselho de Administração “mantém-se em funções”, precisa, sendo a liderança da empresa assegurada pelo vice-presidente, Pedro Moreira, “até nova nomeação por parte do Governo”.
Na mensagem aos trabalhadores, o presidente demissionário recorda que, “com a nomeação deste Conselho de Administração, o Governo de Portugal, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2019, de 27 de junho, formalizou um conjunto de concretizações bem definidas para serem executadas”.
O objetivo era “alcançar o fortalecimento da capacidade operacional e oficinal da CP, inverter a tendência de deterioração do serviço de transporte ferroviário de passageiros, travar a degradação do material circulante e, ao mesmo tempo, valorizar e motivar os trabalhadores da CP”.
“As concretizações enumeradas nesta Resolução do Conselho de Ministros foram cumpridas. Este trabalho foi desenvolvido durante mais de dois anos em que tive a honra de presidir ao Conselho de Administração da CP”, considera.
Nuno Freitas destaca e enaltece “o apoio incansável que as equipas do Ministério das Infraestruturas e Habitação e da Secretaria de Estado das Infraestruturas prestaram em todos os momentos em que foram chamados a intervir”, salientando “o envolvimento e o esforço pessoal do ministro Pedro Nuno Santos em diversas matérias”, cuja ação diz ter sido “determinante” para alcançar “aquilo que era expectável alcançar”.
Dirigindo-se aos trabalhadores da CP, o presidente assume o seu “imenso orgulho”, afirmando que são “dos melhores profissionais” com quem trabalhou.
“Nos últimos dois anos conseguimos ser falados essencialmente por bons motivos. Isto só foi possível porque o orgulho ferroviário falou mais alto e todos vestiram a camisola. As grandes mudanças na CP são, que ninguém duvide disso, resultado do esforço e dedicação dos cerca de 4.000 trabalhadores da CP”, remata.
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