A ligação ferroviária “chegará” ao transporte de passageiros, “não tenho qualquer dúvida”, disse o presidente do governo regional da Extremadura espanhola, questionado pela agência Lusa, em Évora.

Guillermo Fernández Vara considerou que, apesar de “o objetivo fundamental” da nova linha ser a ligação dos “portos de Setúbal, Lisboa e Sines a Madrid, pela Extremadura”, tal não invalida o transporte de passageiros.

“Quando se faz uma ferrovia numa plataforma, podem circular aí mercadorias ou pessoas”, por isso, “haverá passageiros, seguramente”, defendeu o responsável espanhol, à margem do III Plenário da eurorregião EUROACE, que junta as regiões portuguesas do Alentejo e Centro e a espanhola da Extremadura.

A cerimónia de lançamento do concurso para o troço ferroviário entre Évora e a fronteira do Caia, junto à fronteira com a Extremadura espanhola, aconteceu no início de março, em Elvas (Portalegre), com o primeiro-ministro, António Costa, e o então chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy.

O presidente da Junta da Extremadura considerou hoje que o avanço deste projeto ferroviário por parte de Portugal foi “uma das melhores notícias da legislatura”.

“Para nós, foi um dia de muita satisfação, porque não se trata de ter comboio, mas sim de ter comboios”, ou seja, a possibilidade de “que circulem vários ao longo do dia”, assinalou, alertando que, para que isso aconteça, é preciso “massa crítica”.

É necessário, continuou, “unir o milhão de habitantes” da Extremadura aos “quatro milhões que vivem nas regiões limítrofes”, para que “haja uma frequência suficiente que faça com que os comboios passem” e sirvam as regiões.

Guillermo Fernández Vara defendeu também que, agora, tem de ser definida por Portugal e Espanha a futura colaboração “para a exploração dessa linha conjunta”.

“Quando nascer a plataforma logística de Badajoz, que vai ser construída no próximo ano”, temos de ser “capazes de integrar todos os recursos logísticos” da zona, disse, defendendo que a futura plataforma logística deve ser gerida por uma empresa comum entre Portugal e Espanha.

Questionado pelos jornalistas sobre este assunto, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, Roberto Grilo, considerou que o transporte de passageiros nesta nova linha ferroviária “é desejável”, mas, “neste momento, a prioridade” de Portugal “não é tanto a circulação de pessoas, mas sim de mercadorias”.

E a plataforma logística a criar na fronteira, cujo “documento que a formaliza” já “foi assinado”, vai ser “ibérica e associa as duas regiões”, o Alentejo e a Extremadura, frisou.

O troço da nova linha ferroviária entre Évora e a fronteira do Caia, integrado no Corredor Internacional Sul, vai custar mais de 500 milhões de euros, com apoio de fundos comunitários, e as obras devem começar até março do próximo ano.

No plenário hoje realizado da EUROACE, a presidência da eurorregião transitou da CCDR Alentejo para a CCDR Centro, presidida por Ana Maria Abrunhosa, no próximo quadriénio.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.