"Os mais jovens identificam-se com o desporto e com os desportistas excecionais. E hoje temos um desportista excecional, porque bateu o recorde de participações [de um português] em Jogos Olímpicos, além de ter sido campeão do mundo e ter alcançado todas as conquistas possíveis e imaginárias. Foi atleta olímpico ininterruptamente desde 1992 até aos últimos Jogos Olímpicos, em 2016", começou por apresentar Marcelo Rebelo de Sousa.
João Rodrigues, segundo o Presidente da República, em Tóquio, terá a missão de "acompanhar, aconselhar e enquadrar" os atletas que vão representar Portugal, mas já "não levará a bandeira nacional que carregou no desfile das delegações na abertura dos Jogos Olímpicos no Rio, porque o corpo tem limites."
"1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016, ele esteve sempre lá. É um feito brutal. Competir ao mais alto nível implica naturalmente muito trabalho, competência, talento e resistência física", frisou Rebelo de Sousa, antes de incentivar os alunos e professores a ‘explorar’ a "experiência única" do atleta madeirense, que encerrou a carreira nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
João Rodrigues, por sua vez, reconheceu ser "extremamente gratificante, uma honra e um privilégio poder contar uma história de vida, apadrinhado pelo senhor Presidente", e defendeu que a iniciativa ‘Desportistas no Palácio’ de Belém é "uma forma muito vincada de mostrar outras modalidades, no caso da vela em particular, num país rodeado por mar, que faz todo o sentido que seja reconhecida."
Além de recordar os primeiros passos na vela, aos nove anos, na ilha da Madeira, onde nasceu há 47 anos, João Rodrigues destacou o "mundo paralelo aos resultados, passeios, viagens e competições, porque isso é a ponta do icebergue", fazendo uma retrospetiva da sua carreira com 156 internacionalizações, 63 medalhas, 31 das quais de ouro, 18 de prata e 14 de bronze, e um título mundial em 1995.
"O mais importante foram os momentos ‘flow’, velejar em harmonia com todos os elementos, e em que me transcendi", garantiu à jovem plateia, confessando que o "momento mais bonito da carreira foi vivido, durante 30 segundos", quando transportou "a bandeira de Portugal nos Jogos Olímpicos do Rio", após 28 anos dedicados à alta competição.
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