"Não queria agora comentar nada. O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros já disse que as relações diplomáticas estão a correr em muito bom plano, ele até utilizou a palavra excelentes", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa quando confrontado com a possibilidade de Angola encerrar nove embaixadas e 18 consulados-gerais, nomeadamente em Lisboa, Faro e Macau, além de 10 representações comerciais, incluindo em Portugal.

Remetendo para essas declarações do chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, o Presidente da República vincou: "Politicamente, diplomaticamente, é verdade".

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas após discursar no encerramento do Congresso "Portugal no Futuro", promovido pela Plataforma para o Crescimento Sustentável, do ex-ministro e dirigente do PSD Jorge Moreira da Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje, em Paris, que as relações diplomáticas entre Portugal e Angola "são, neste momento, excelentes" e escusou-se a comentar a intenção de Luanda de fechar consulados em Lisboa e Faro.

"Não tenho nada a dizer. Essas comunicações são por via formal", disse o ministro.

"As relações diplomáticas entre os dois países são, neste momento, excelentes. Aliás, acabo mesmo agora de receber a confirmação da hora e do local do próximo encontro bilateral de alto nível entre Portugal e Angola em Davos, na Suíça, entre o Presidente da República de Angola e o primeiro-ministro da República portuguesa", afirmou Augusto Santos Silva.

Na segunda-feira, tem início do julgamento da ‘Operação Fizz', em que o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, é acusado de corrupção ativa em coautoria com o advogado Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais, em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e falsificação de documento, com os mesmos arguidos.

A Procuradoria-Geral da República recusou transferir o processo para Angola, ao abrigo de convenções judiciárias com a CPLP, o que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a classificar como "uma ofensa" a atitude da Justiça portuguesa, advertindo que as relações entre os dois países vão "depender muito" da resolução do caso.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, acompanhado pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, está em Paris numa missão de diplomacia económica que descreveu como "muito importante porque a internacionalização da economia portuguesa é um dos motores do crescimento da economia e do emprego".