A visita de Estado a Moçambique foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba, na rede social X (antigo Twitter), sem revelar mais detalhes sobre a agenda de Díaz-Canel no país africano de língua portuguesa.

A mensagem do ministério confirmou ainda que o Presidente de Cuba vai começar a passagem por África com uma visita de Estado a Angola, algo já anunciado no sábado pela presidência angolana.

Numa nota, a presidência de Angola disse que Díaz-Canel é esperado na capital, Luanda, hoje à tarde, para um encontro no palácio presidencial com o seu homólogo angolano, João Lourenço, enquanto decorrem conversações entre delegações ministeriais dos dois países.

“No Palácio Presidencial, à Cidade Alta, vai haver a assinatura de acordos, cerimónia que os dois Chefes de Estado testemunharão”, refere a nota, destacando ainda que o Presidente cubano vai discursar na Assembleia Nacional angolana.

Angola e Cuba mantêm laços históricos de amizade, tendo as relações diplomáticas entre os dois países sido estabelecidas a 15 de novembro de 1975, com cooperação nos domínios da saúde, educação, energia, defesa, segurança, ensino superior, petróleos e indústria.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano disse ainda que Díaz-Canel vai visitar também a Namíbia e participar, na qualidade de presidente rotativo do Grupo dos 77 e China (um bloco de países em desenvolvimento), na cimeira do BRICS.

A cimeira do bloco BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — está marcada para Joanesburgo, entre 22 e 24 de agosto.

China, Brasil, Índia e África do Sul vão ser representados pelos respetivos chefes de Estado na cimeira. A Rússia, que também integra o bloco, vai estar representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

O líder russo, Vladimir Putin, que está sob um mandado de prisão internacional, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, do qual a África do Sul é signatária, decidiu, no mês passado, não participar.

Na agenda da cimeira de Joanesburgo deste ano está a possível ampliação dos BRICS.

Vários países africanos manifestaram o desejo de ingressar no bloco, incluindo Argélia, Egito e Etiópia.

Um total de 69 países foram convidados para a cimeira, incluindo todos os estados africanos.

Os BRICS ganharam renovada importância no contexto da imposição de sanções contra a Rússia, visando isolar o país do comércio internacional, na sequência da invasão da Ucrânia.

Na visão de Pequim e Moscovo, a ascensão dos BRICS ilustra a emergência de “um mundo multipolar”, expressão que concentra a persistente oposição dos dois países ao “hegemonismo” ocidental, e em particular dos Estados Unidos.