“Vamos continuar a denunciar a agenda partidária que pretende ocupar, a partir de Lisboa, o poder regional”, declarou o governante madeirense no encerramento do debate da moção de censura, apresentada pelo grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira.
O chefe do executivo madeirense sublinhou que a Madeira regista um cenário de crescimento económico, mas a oposição persiste na alegada existência de “um quadro negro que só se vislumbra nas suas cabeças”.
O responsável insular sustentou que “o PS e os seus parceiros continuam a insistir numa inverdade, que não há responsabilidade do Governo nacional em relação a compromissos assumidos” pelo Governo Regional da Madeira do PSD.
Na opinião de Miguel Albuquerque, esta moção de censura “é um absurdo” e está “alicerçada em falsos argumentos” e na “inexistência de rigor”, devido a problemas internos no PS da Madeira, que está “em vésperas de congresso”.
O líder madeirense opinou que o presidente dos socialistas da Região, Carlos Pereira, devido à sua “liderança acossada” no partido, acabou por, com esta iniciativa, “dar um tiro no pé”, porque acaba por sair da Assembleia da Madeira “mais enfraquecido e com mais adversários internos”.
“É um absurdo apresentar uma moção de censura por causa de uma remodelação no Governo”, vincou, complementando que esta foi “uma tentativa desesperada de marcar a agenda interna partidária” do PS regional.
Miguel Albuquerque ainda argumentou que também foi efetuada recentemente uma alteração orgânica no Governo central, uma ministra foi dispensada depois da morte de mais de uma centena de pessoas nos incêndios, mas o primeiro-ministro “não teve a consciência de apresentar uma moção de confiança”.
A moção de censura, a segunda apresentada neste mandato ao executivo da Madeira liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque e a nona em quatro décadas de democracia, marcou o regresso do líder do PS/Madeira ao parlamento insular, depois de deixar o seu lugar na Assembleia da República.
A moção de censura foi chumbada com os votos contra da maioria do PSD, abstenção do CDS e os votos favoráveis dos deputados restantes partidos da oposição (PS, JPP, BE, PCP, PTP e independente).
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