A conferência “A Catalunha e o Direito à Autodeterminação – Uma Perspetiva Internacional” vai decorrer no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e tem como questão central discutir “o direito da Catalunha decidir sobre o seu futuro”.

“Num Estado multinacional como é a Espanha, as minorias territoriais têm, ou não, o direito de decidir democraticamente se querem ser independentes?”, é a questão colocada para a iniciativa que tem o ISCTE como principal responsável pela organização.

Além da intervenção de Quim Torra, a conferência vai também contar com a participação do historiador e político José Pacheco Pereira e do investigador na área da política internacional Filipe Vasconcelos Romão, numa iniciativa moderada pelo docente e investigador do ISCTE André Freire.

Numa nota enviada à Lusa pela organização, André Freire refere que a “conferência se inscreve no princípio que o ISCTE tem de discutir os principais temas do nosso tempo e de o fazer com total abertura e pluralismo”.

“Não só procurámos colocar à frente do presidente da Catalunha pessoas que o irão questionar sobre as suas posições, e colocar-lhes algumas questões fundamentais, como Quim Torra está na disposição de responder a perguntas feitas pela plateia”, afirma o docente e investigador do ISCTE.

Esta conferência ocorre numa altura em que estão a ser julgados em Madrid, no Supremo Tribunal Espanhol, 12 líderes políticos e sociais Catalães, acusados de sedição, rebelião e desvio de fundos, pela organização do referendo à independência em outubro de 2017, enquanto o anterior presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, continua exilado com alguns outros políticos independentistas.

Em 2016, o ISCTE recebeu o então conselheiro catalão para as relações internacionais, Raul Romeva, que atualmente se encontra preso e em julgamento, para falar sobre ‘a situação política na Catalunha’.

“Agora será o presidente Quim Torra a falar-nos sobre o direito da Catalunha à autodeterminação: o problema catalão é um problema eminentemente político, e não tanto um problema jurídico e criminal, pelo que a ciência política do ISCTE pretende – em condições de total pluralidade – ouvir os protagonistas deste debate e, também, os que se quiserem pronunciar sobre ele”, refere André Freire.